segunda-feira, 11 de agosto de 2008

O que é que realmente sabemos?


Quino desenhou "Deus" - instalado na nuvem mais alta e dotado por isso de um olhar muito abrangente - a rir, divertido com as asneiras escritas num livro chamado "Leis da Física Geral".
Terá esse riso razão de ser? Saberemos realmente aquilo que julgamos saber? E se as nossas melhores crenças forem, afinal, falsas? Ou seja: e se - como afirmam os cépticos - aquilo a que chamamos conhecimento não passar de uma ilusão?



Quino, "Condições Humanas", Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1992.

2 comentários:

Anónimo disse...

Quem estuda filosofia depara-se desde sempre com as perguntas menos evidentes e, nas quais é raro alguém que não estude filosofia pensar.
Desde que tive filosofia pela primeira vez comecei a interrogar-me acerca de outros problemas senão aqueles básicos como: O que vestirei amanhã, ou que será o meu almoço hoje.
Assim ao pensar noutros problemas , intitulados, muitos deles de problemas filosóficos como: Será que Deus existe? Será que o livre-arbitirio existe? ou até qual o significado de certas ideias como o conhecimento, a tristeza ou a felicidade.

Este post realça a ideia de conhecimeto. "O que é que realmente sabemos?" , esta é a interrogação patenteada no post procedida de uma imagem.

Como o post diz "Saberemos realmente aquilo que julgamos saber?", a noção de conhecimento pode ser entendida de diferentes formas por vários filósofos e pensadores. Por exemplo Platão diferencia conhecimento de crença pois diz que se pode ter uma crença verdadeira por acidente mas na verdade não se saber.
A palavra conhecimento pode ter vários significados ou tipos como:
-O conhecimento de saber Fazer – tocar piano, andar de bicicleta, …
-Conhecimento por Contacto – conhecer Paris, o Figo, …
-Saber Que – conhecimento proposicional, saber que Paris é uma cidade, Figo um jogador, …

Neste caso o tipo de conhecimento que abordado no post é o conhecimento proposicional, ou seja, o tipo de conhecimento que é constituído por uma proposição (frase declarativa com valor de verdade). Muitas vezes as pessoas confundem conhecer com saber pois pode-se conhecer sem realmente se saber.

Em geral o conhecimento pode ser tudo o que sabemos ou na verdade pode não ser nada, pode ser apenas uma ilusão. Assim percebemos que na filosofia é dificil ter-se a certeza do que realmente é.

Catarina Laurência

Anónimo disse...

Creio que o que esta B.D., mostra de uma forma bastante sucinta que de facto nós não sabemos nada. Tudo o que sabemos é “só sei que nada sei”, como diria o nosso amigo Sócrates, ou que só sabemos e temos realmente a certeza sobre o tamanho da nossa ignorância. Creio que é errado dizer que as únicas ciências exactas são aquelas que excluem a filosofia porque afinal de contas aquilo que estas outras provaram não foi nada. Muitas vezes apenas demonstram através de símbolos (caso da física, matemática e química), ideias elaboradas sobre coisas que por acaso ou não têm ocorrido sempre da mesma forma.

Uma pergunta que está na base de todas estas questões acerca da nossa ignorância é: afinal o que é conhecimento?

Na minha sincera opinião acho que tudo o que poderemos fazer até ao fim da nossa existência é questionar aquilo que somos, aquilo que sabemos e meramente especular acerca disso, nada mais. Assim começaremos a atravessar o caminho para o conhecimento e, apenas por pensar por nós mesmo e questionarmos aquilo que queremos já estaremos a meio do caminho para o saber.

Se existe conhecimento este não estará ao nosso alcance ou, se estiver nunca chegaremos a um consenso acerca daquilo que é verdadeiramente certo ou errado, pois a nossa capacidade de ver a verdade e tão profunda como de discernir o bem do mal.
Resta-nos por isso pensar sobre aquilo que achamos melhor. Acabando deste modo por ajustar as nossas acções e vidas em relação a isso, e talvez assim alcançar a felicidade no meio de uma meia ignorância.