domingo, 24 de agosto de 2008

Não, a criatividade não é incompatível com o rigor


1 comentário:

Anónimo disse...

"Num mundo cada vez mais complexo, por vezes, questões antigas requerem novas respostas"

Ao ler este post identifiquei-me com ele porque sempre gostei de deixar impressas as palavras rigor e criatividade em “tudo” o que faço. E a afirmação que dá lugar ao título do post confirma aquilo em que acredito.
Fui pesquisar pela palavra criatividade, que advém do latim creare (criar) e descobri que significa “aptidão para formular ideias criadoras”. Ao ler o verbete pensei: ou isto é deveras redundante ou eu sempre soube o que era a criatividade mas nunca me dei ao trabalho de aprofundar. Acho que para um aluno de Filosofia que está constantemente a ser bombardeado com “pensem!”, “critiquem!”, “duvidem!”, ficar-se pelo dicionário não é o suficiente. Então pus mãos à obra e fui tentar descobrir o que é a criatividade.
Diferentes autores e pensadores têm tentado dar resposta à mesma pergunta.
Muitos usam palavras diferentes para, no cerne, dizerem a mesma coisa. Consegui apurar as seguintes ideias mais relevantes: produzir ou dar forma a algo parcial ou totalmente novo; transformar um objecto existente e conferir-lhe novas características e propriedades; imaginar novas possibilidades que nunca foram conjecturadas; ver ou realizar algo de uma maneira diferente daquilo que se pensou ser possível ou normal, originalmente.
Verifiquei que, popularmente, diz-se que diz respeito ao hemisfério direito da “massa cinzenta”.
Alguns acreditam que o factor chance no processo criativo é muito importante. Antes de se “inventar” uma nova teoria, muitas outras foram também inventadas e rejeitadas sobrando a “criação”.
Notei que pode fazer-se a distinção entre várias fases do processo criativo onde nos preparamos para o problema, deixamo-lo vaguear pelo subconsciente, esperamos que ele “salte” cá para fora e chamamos-lhe “criação”.
Também deve ser feita a distinção entre criatividade e inovação. E o que se sabe é que a inovação é precedida de ideias criativas. Existem estudos que relacionam o funcionamento do cérebro com o processo de criar, enfatizando os benefícios da criatividade para a nossa saúde mental. Até já foram pensados métodos para “medir” a criatividade das pessoas, mas sem sucesso.
Outra parte de criatividade que quis ver clarificada foi a sua aplicação. Descobri que a criatividade está patente em diversos aspectos das culturas como: as artes, a literatura, indústrias e os serviços. Uma das coisas que mais me surpreendeu é o facto de existir um número crescente de psicólogos a tentar “inventar” processos para aumentar as capacidades criativas dos indivíduos passando por testes até aos engenhos tecnológicos!
Muitas ideias dispersas, muitas perspectivas, muitas aplicações. Finalizo com uma citação que me marcou - “A criatividade é a habilidade de ilustrar o que está fora da caixa de dentro da caixa” –The Ride.
Apesar de não ter ficado totalmente satisfeito, sei mais do que sabia à partida: existem diferentes respostas da minha e eu concordo com algumas. Ainda assim, não vou desistir de procurar o significado de criatividade e acho que devíamos todos perder algum tempo com isso porque somos os únicos seres com esta capacidade e nem sequer conseguimos defini-la decentemente.
Espero que o meu “inspector de graxa” não tenha falhado.
Cumprimentos do aluno,
David Canário