Vale a pena ler um artigo, do jornal Público (do dia 25 de Abril) no Caderno P2, intitulado "37 anos depois do 25 de Abril: ainda temos medo de falar?"
A jornalista, Natália Faria, além de referir as polémicas mais recentes, ouviu a opinião de dois eurodeputados, dois jornalistas e um constitucionalista sobre uma sociedade "pouco favorável à liberdade de expressão".
Cito o ponto de vista apresentado por dois dos interlocutores:
«Pacheco Pereira acha que a coisa vai piorar antes de começar a melhorar. "O medo que há hoje de falar - contra o patrão, contra o grupo a que se pertence, contra o clube de futebol - é o medo que existe quando há escassez, instabilidade, desemprego. Com o contexto económico a andar para trás, vamos ter uma sociedade ainda mais pobre e ainda com mais medo de perder o pouco que tem". E, contra isto não há remédios santos. "A chave para as pessoas deixarem de ter medo seria tornarem-se senhoras da sua própria vida, seria o país ficar mais rico, mais culto, mais responsável".
João Pacheco prefere acreditar que nenhum destes medos é uma inevitabilidade. "Não estamos em ditadura, não estamos no Estado Novo, e temos de ser nós cidadãos a exigir todos os dias a liberdade de expressão. Não podemos ficar à espera que nos seja dada de mão-beijada, nem que alguém no-la reconheça. É um combate diário". Porque, conclui, "a coragem como o medo também é contagiosa."»
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