Férias e livros
Sugeri aos alunos das minhas turmas algumas leituras para férias. Neste contexto, a maior parte deles assumiu que:
1. Não gostava de ler.
2. Não gastava nem tempo nem dinheiro em livros, uma coisa pouco útil (ainda se fosse um telemóvel …).
Faço notar que estas opiniões foram emitidas por alunos dos cursos científico-humanísticos do 10º e 11º anos, na sua maioria com um aproveitamento razoável ou bom, que pretendem prosseguir os estudos e ir para a universidade.
Esta perspectiva em relação à leitura expressa, provavelmente, a opinião da maior parte dos alunos do secundário. O que não me surpreende.
Como professora, tenho constatado uma alteração curiosa: há uns tempos atrás os alunos que não liam ou não gostavam de ler, quando questionados sobre o assunto, ficavam calados (talvez por perceberem que não tinham motivos para se orgulhar), mas nos últimos anos assumem publicamente este facto como se fosse natural e acham estranho o contrário acontecer. Verifico também que alguns dos que têm hábitos de leitura têm, por vezes, vergonha de o assumir na aula perante os colegas.
Pelo que posso observar existe apenas uma minoria de alunos que têm um genuíno interesse por aprender e, por isso, procuram informação para além das matérias dadas nas aulas. Os outros, fora das tarefas impostas pelos professores (testes, fichas, trabalhos…) das várias disciplinas, não manifestam qualquer curiosidade por assuntos de natureza filosófica, científica ou literária.
Esta atitude explica-se, na minha opinião, entre outros factores, pelo seguinte: para eles a motivação para o estudo depende exclusivamente da capacidade dos professores os interessarem, não se vêem a si próprios como intervenientes activos e responsáveis pela sua aprendizagem. Quando não conseguem o aproveitamento desejado o problema não é deles, mas sim do professor actual, dos professores do passado, do sistema de ensino, etc.
Acontece que as aulas de Filosofia, de Matemática ou Português até podem ser intelectualmente interessantes e, mesmo assim, muitos alunos estarem-se nas tintas para aprender ou não terem condições cognitivas efectivas para o fazer. Há factores que não dependem do professor da disciplina, mas condicionam de forma decisiva a aprendizagem porque são pré-requisitos desta. No caso da Filosofia, por exemplo: o fraco domínio da língua portuguesa e do raciocínio abstracto (resultante, por exemplo, da falta de exigência do actual sistema de ensino até ao 9º ano). Mas podem-se acrescentar outros, como a falta de hábitos de trabalho; a ausência de controlo - por parte dos pais - das horas que os alunos passam a jogar computador; um ambiente social que, em geral, valoriza o prazer imediato e não o esforço intelectual, etc.
Portanto, ao contrário do que os discursos simplistas apregoam, nem tudo se resolve no ensino (da Filosofia ou de outra disciplina do secundário) com a competência científica e pedagógica manifestada pelos professores nas aulas. Os professores até podem ensinar bem, e ainda assim alguns alunos não estarem interessados em aprender ou não terem condições (cognitivas) para o fazer.
Como já disse, muitos dos alunos com bom aproveitamento não têm também hábitos de leitura. Para muitos deles o conhecimento adquirido nas aulas é algo completamente exterior e instrumental: precisam da média para entrar na universidade. E até a podem ter, contudo tal não significa que percebam o valor intrínseco de aprender. Esses alunos não fazem leituras fora daquilo que lhes é exigido nas aulas porque não têm um verdadeiro interesse pelo saber. Apenas lhes interessam as classificações e as médias.
São estas, do meu ponto de vista, algumas das razões explicativas das respostas dadas pelos meus alunos às minhas sugestões de leitura (alguns dos livros da colecção Filosofia Aberta da editora Gradiva e de literatura. Algumas dessas sugestões podem encontrar-se aqui).
30 comentários:
Olá,
Muito bom, o post, a dar que pensar.
A primeira reacção é de preocupação, claro. A capacidade de ler, pensar e aprender e o interesse nestas actividades é fundamental para o desenvolvimento de qualquer pessoa. Eu gostaria de viver numa socidade onde as pessoas fossem...deste tipo.
Por outro lado, confesso que não estou seguro de como era eu quando tinha 17 anos. Para informação: tenho 36 anos, sou engenheiro civil e estou agora a tirar uma licenciatura em filosofia (programa à distância da Univ. de Londres), para além de um MBA e outros cursos que tirei vocacionados para a minha actividade profissional.
A cada dia que passa o meu interesse e dedicação ao estudo e aprendizagem é maior. O meu interesse pela literatura, história, filosofia e outras áreas aumenta de dia para dia e por vezes sinto que nunca terei tempo para ler e estudar tudo aquilo que gostaria. No entanto, esta "voragem" começou quando tinha aí uns 25 anos. Foi aí que descobri de facto a filosofia e que comecei a sentir a necessidade pessoal de aprender e estudar muitas áreas em nada relacionadas com a minha actividade profissional actual ou futura.
Quando tinha 17 anos não tinha aversão à leitura e ia lendo alguma coisa, mas hoje olho para trás e é com muita pena que registo que não li tudo aquilo que podia ter lido (afinal tinha muito mais tempo disponível na altura...:-)). Lia alguma coisa de divulgação científica e romances, mas não eram brutalidades.
Assim, a contrastar com a nota de preocupação inicial, pergunto se não será esperar demasiado de miúdos de 17 anos quando dizemos que eles deveriam ter um grande interesse e curiosidade por ler e descobrir mais sobre o mundo.
Sem ironia, parece-me que entre os 15 e os vinte e poucos anos estamos a descobrir a nossa independência, a socialização, os amigos e um vasto conjunto de sensações e emoções que pouco espaço deixa para a curiosidade intelectual.
Peço desculpa pela nota mais pessoal deste comentário, que espero não seja desadequada para o blogue.
Um bom 2010
Jaime
Olá,
Achei este post muito pertinente. Penso que os alunos estão contagiados por um funcionalismo do conhecimento, isto é, o conhecimento apenas serve para fins especificos, neste caso tirar boas notas. Platão fazia a distinção entre um conhecimento interessado e útil com um conhecimento prazenteiro e ocioso. Parece-me que não só os alunos mas a sociedade hoje não vê utilidade na inutilidade de ler algo.
Um ponto que toca é importante: antes quem nao lia tinha vergonha de tal, agora assume-se isso muito à vontade (o que é um mau principio). Quem lê é quem tem de ter agora alguma vergonha... Dentro da logica que o ler é uma funcionalidade desaparecem textos sobretudo literarios tão desinteressados mas tão bons. Estaremos a ficar todos mais interesseiros?
cumprimentos
Olá Sara,
Tudo bem? Antes de tudo, boas festas. Tenho um texto de opinião na Crítica sobre o assunto. Podes aceder em: http://criticanarede.com/html/ed135.html
O problema que apontas é um problema que afecta a generalidade das pessoas e também a generalidade dos professores. Ainda assim, hoje em dia há mais gente a ler que há uns 50 anos atrás.
Os alunos não são estúpidos e percebem com facilidade que podem tirar um curso, até com boas notas, sem ter de se dedicar a muitas leituras. Mas é bom reconhecer que o que eles mais fazem na escola é ler, mas fazem-no de modo tão pouco crítico e estimulante que começam a ver na leitura um fardo incomparável com o prazer de jogar playstation.
Olá,
Acrescentaria um ponto. Ainda que sem consciência disso, a escola era (repito:era), até há bem pouco tempo, instrumento de mobilidade social para grande parte dos alunos. Claro que um aluno de 15 anos não conceptualiza a vida e a sociedade dessa forma, mas todos eles têm a noção de que a escola serve (ou não) para ascender socialmente.
Se até aos anos 80 a escola permitia essa mobilidade social, a verdade é que hoje deixou de o fazer. Não faltam licenciados desempregados ou com "biscates" mal pagos em call-centers, caixas de supermercado ou lojas de fast-food.
Julgo que os nossos alunos têm consciência dessa volatilidade do mercado de trabalho. Muitos dos que querem seguir para a universidade fazem-no por pressão familiar ou, apenas, como fuga para a frente. Aliás, entre os próprios licenciados verifica-se uma corrida a mestrados e doutoramentos; e essa corrida é muito mais uma fuga do que um desejo.
Donde, quando os nosso alunos dizem "não quero ler", julgo que estão muito mais a dizer "não quero estudar porque isso não me serve para nada".
Infelizmente, dizem as estatísticas que os licenciados permanecem desempregados 6 meses, em média; aqueles que têm o 12º atingem os dois anos; e aqueles que ficaram pelo 9º ano tornam-se desempregados de longa duração. Assim se explica a importância da economia informal.
Olá Sara!
Gostei deste texto, porque também lido com esta realidade diaramente e considero que, enquanto professor de filosofia, posso, como os professores das outras disciplinas também podem, incrementar o bom uso da língua portuguesa e chamar a atenção para livros (romances, ensaios,...) que se ajustem aos problemas que estamos a tratar. Felizmente, há sempre um aluno que nos consegue surpreender e não só vai ler os livros de que falámos, como também traz para a aula uma opinião formada sobre o livro. É raro isso acontecer, mas quando acontece é um prazer de todos os tamanhos! :)
Concordo parcialmente com a tese já anteriormente referida pelo Jaime Quintas de que entre os 15 e os 20 não se lê muito. É claro que estamos a generalizar, porque muitos de nós começou a estudar filosofia aos 18/19 anos já motivados por livros que tinhamos lido e quando chegámos à Universidade, deparámo-nos com bibliografias em todas as línguas! Portanto, que remédio tinhamos nós senão ler, mesmo que, admito, alguns dos livros fossem por obrigação!
A falta de hábitos de leitura não é de agora e considero mais grave que um licenciado português se orgulhe na tasca ao lado de não ler coisa nenhuma, porque os livros são para as mulheres! Este preconceito parece-me ainda mais grave quando vem de licenciados.
Um bom 2010 para todos! Continuação de um bom trabalho...
Valter
Olá a todos. Agradeço os vossos comentários.
Jaime:
Não considero a ausência de curiosidade (pela leitura ou outros assuntos) como justificável na adolescência. A vivência desta fase não é incompatível com a curiosidade e o desejo de aprender (na escola e noutros aspectos da vida). Aquilo a que nós assistimos actualmente é a um prolongamento da adolescência pela idade adulta e à consequente desresponsabilização destes “jovens velhos”.
Constato que alguns dos alunos que perderam a oportunidade de estudar no período devido, muitas vezes não retomam, em adultos, o seu percurso escolar (o teu caso pessoal não me parece que seja a regra, mas sim a excepção).
Vivemos em circunstâncias sociais bastante diferentes daquelas em que tu foste adolescente. Por exemplo: as perspectivas de emprego que não existem, as novas tecnologias que tornam muito mais fácil o acesso e a divulgação da informação. Mas, simultaneamente, possibilitam um leque muito mais vasto de actividades ligadas ao lazer: videojogos, redes sociais, filmes, etc.
Tenho verificado, ao contrário do discurso político vigente, que os meios tecnológicos disponíveis não são, muitas vezes, utilizados no estudo e na aprendizagem, mas antes em actividades lúdicas (falo como professora do secundário - há 19 anos - e mãe de um adolescente que frequenta o 10º ano).
Cumprimentos.
Um bom ano também para ti!
Renato:
O facto dos indivíduos ou a sociedade encararem o conhecimento de forma instrumental e não como tendo valor em si mesmo, não é nada de novo. Não creio que exista qualquer espécie de passado glorioso e perfeito. Pretendi salientar no que escrevi o facto de alunos, cuja pretensão é irem para a universidade, manifestarem como natural e legítima a sua aversão à leitura. Se assim é, que sentido faz prosseguirem os estudos?
Assisto na escola a uma inversão do que se devia passar na sala de aula: os que lêem sentem-se envergonhados perante os que não lêem (a maioria), quando devia ser o contrário. A novidade é que se passou a assumir publicamente (como natural) a boçalidade.
Respondendo à tua questão, não sei se estamos mais interesseiros (como referes), sei que estamos a ficar, provavelmente, pessoas menos interessantes e mais estúpidas.
Cumprimentos.
Um bom ano novo!
Rolando:
Optei por falar apenas dos alunos, embora verifique que o mesmo se passa com alguns professores. Penso que, por vezes, pode não existir entre os dois factos uma relação de causa-efeito. Como referi, para explicar a ausência curiosidade e de hábitos de leitura dos alunos há vários factores, alguns deles exteriores à escola: os próprios alunos (que preferem o prazer imediato ao esforço intelectual), os encarregados de educação (que se demitem de controlar as horas que os filhos passam no computador a jogar), por exemplo.
A universalização do ensino permitiu ter mais pessoas nas escolas e por isso os dados actuais sobre a leitura não são comparáveis com os de há 50 anos atrás, em que um número reduzido tinha acesso à educação. Apesar disso, e ao contrário do que dizes, não me parece que a maior parte dos alunos leia muito. Sem ser os manuais, muito poucos têm autonomia e iniciativa para procurar a informação noutras fontes.
Realizar a leitura de forma mais ou menos crítica criativa, como dizes, depende não só dos professores mas também da atitude dos alunos: do envolvimento e do empenho destes nas aprendizagens (um aspecto que muitas vezes é esquecido).
Cumprimentos. Boas festas também para ti!
Sérgio:
Concordo contigo. O facto da escola ter deixado de ser um instrumento de mobilidade social contribui para a desmotivação face ao estudo. Muitos alunos sentem-se enganados pelos pais, pelos professores, pelo governo.
Andar na escola serve para alguma coisa: ter um emprego, ter um futuro?
“Se não serve, para quê o esforço?” Pensam esses alunos.
Vale mais curtir a vida!
E o que acontece a muitos dos que não se esforçaram? O Ministério da Educação cria cursos (profissionais e outros, onde não vigora qualquer exigência) para lhes assegurar a escolaridade e continuar o engano!
Cumprimentos. Um bom ano.
Valter:
Obrigada pelas tuas simpáticas palavras.
Como já disse anteriormente, discordo da tese do Jaime.
Como referes, a aprendizagem exige esforço e trabalho, só depois do suor podemos, eventualmente, obter prazer intelectual.
Infelizmente, a falta de curiosidade e espírito crítico faz-se sentir entre os portugueses - licenciados e não só - com muita frequência…
Um bom ano também para ti! Continuação de bom trabalho!
Oi Srª Professora, ao ler o seu artigo despertei uma certa curiosidade e decidi comentar... Como só li comentários de adultos e nenhum de um aluno, decidi dar a ver o meu ponto de vista sobre a tese mencionada...
No meu ponto de vista a "sub-classe" que é criada, vinda da sociedade no geral, entre os jovens estudantes e por eles mesmos inhabilita várias atitudes, costumes, hábitos, interesses, etc,etc... de vários alunos e eu que o diga porque um erro de linguagem numa simples conversa na escola entre colegas pode estregar a moral de uma pessoa, porque à mínima coisa gozam, arranjam alcunhas menos apropriadas, e por consequente començam a afastar-se e daí vir solidão e desgosto pela escola... e isto tudo sendo só um mero exemplo...
Também existem outras coisas desse tipo, como o facto de existirem colegas que se descriminam uns aos outros pelo facto de se vestirem de forma diferente, ou do que já foi memcionado, o facto do que gostamos de ler, e daí adiante...
Eu acredito que todos os alunos são uma caixa de surpresas mas não se podem exprimir naturalmente porque hà aquelas regras de o "não devo dizer isto, não devo dizer aquilo... porque se não sou gozado"
e a nossa sociedade é tão má que nos exclui com uma facilidade extremenda...
Também existe o facto, de que ninguem pode ser melhor um que o outro toda a gente entende-se num termo de igualdade em termos de popularidade, isto SÓ entre amiguos porque se não chamam-te de convencido e acabam-te por excluir.
E nós alunos da actualidade lidamos com muitas mais coisas, eu próprio às vezes não me apetece ir para a escola porque há colegas que estão a disturbar aulas, a gozar com uma certa pessoa, a fazer barulho na biblioteca, a ser arrogantes e não conseguir exprimir o vossos pontos de vista, e se os chamamos à atenção coméçam a desgostar-nos e a ignorar-nos como se não existissemos... eu acho que no dia-a-dia vai-se desenvolvendo aqui um problema bastante grande e complexo.
Eu mesmo notei que noutros paìses, que em escolas públicas usam fardas escolares que são usadas pelos alunos por obrigatoriadade, e isso resolve o "snobismo" entre alunos...
Também noto a constante maluquisse dos colegas quererem ser "fixes" em frente aos outros e daí vir o a que eu chamo "slacking", que consta na "balda" mútua entre os alunos.
Uma situação leva a outra, e o facto de vermos que aquela pessoa é "fixe" levanos a querer ser como ela e passamos a fazer os mesmos erros e a apanhar os mesmos hábitos...
Admito que só leio o que vem nos livros da escola (e pouco) mas será isso um consequente de navegar muito na net e tentar perceber muito disto? de tentar ser melhor que os outros num jogo informático? de querer conversar com amiguos que entendem os meus gostos porque na escola não me posso exprimir (isto vindo do facto que é muito mais facil dizer as coisas na internet num forum ou no messenger, porque não estamos a mostrar a cara)?
Agradeço desde já o tempo a lerem o meu comentário e algumas possíveis refutações às minhas ideias que partilhei...
P.S.- O ensino português podia fazer muitas coisas uteis e que valorizavam os nossos estudos e o vossos ensinos, mas estamos numa época de interesses e cunhas e não de evolução.
Diogo Brito, 11º ano, ESPR.
Feliz Ano Novo!
Olá Diogo,
Agradeço o seu comentário.
Como o Diogo reconhece não tem grandes hábitos de leitura, parece-me que se os tivesse os erros ortográficos seriam evitáveis. Por outro lado, ser-lhe-ia muito mais fácil estruturar o pensamento e o discurso (duas boas razões para repensar o modo como ocupa os seus tempos livres!).
Se é verdade que as pessoas têm necessidade de ser aceites socialmente nos grupos a que pertencem (a família ou a turma, por exemplo), tal não significa que tenham de aceitar acriticamente o modo de pensar e agir dos outros. Como sabe, podemos sempre reflectir e adoptar a ideia ou o comportamento que nos parece mais correcto. Porque razão tem o Diogo de se submeter à opinião da maioria se não concorda com ela?
Felizmente, temos a possibilidade de expressar o que pensamos. Podemos não agradar ou concordar com todas as pessoas. Mas isso, ao contrário do que se depreende das suas palavras, é um bem. Afinal andamos cá só por ver andar os outros?
Um bom ano!
Olá Diogo,
Uma vez que ontem não tive oportunidade, quero acrescentar ao meu comentário (fazendo agora o papel de professora menos má) o seguinte :
- considero que é relevante o que escreveu porque nos permite perceber o ponto de vista de alguém que é um destinatário do trabalho dos professores e do actual sistema de ensino. Ter esse feedback é importante para nós professores compreendermos o efeito das nossas práticas e, eventualmente, as modificarmos.
- penso que o facto do Diogo descrever a sua vivência - de uma forma que me parece autêntica - tem valor, pois é capaz de assumir publicamente e colocar à discussão as suas ideias. Gostava que os alunos fizessem isso mais vezes. Julgo que todos ganharíamos alguma coisa com esse confronto de pontos de vista.
- quanto aos aspectos típicos da adolescência que refere - como a necessidade de aceitação e as atitudes discriminatórias dos colegas - falarei consigo na aula. É preciso não esquecer que a adolescência, apesar de não ser fácil, não é um posto (como diz uma canção) mas passa depressa (como irá perceber mais tarde!).
Obrigada, então, pelo seu contributo. Até terça.
obrigado pela resposta e vou tentar melhorar os meus erros ortográficos... mas também a escrever um comentário à uma da manhãm com a mossa da passagem de ano não era de esperar mais.=)
Adolescência, enfim...
Peço desculpa.
Ola Sara.
Não vejo mais importancia na leitura por si que em ver televisão ou navegar na net.
É o que se lê que faz a diferença.
E se os miudos dizem que não é útil é caso para tentar perceber porquê.
Pode ser preciso mostrar que existem livros que lhes serão interessantes.
My 2 cents.
Um bom ano
Tem toda a razão, mas não sei se sabe que muitos professores também não gostam de ler e lêem o mínimo indispensável. Por exemplo: já experimentou perguntar a colegas de filosofia se leram os livros filosóficos de que fala no blogue?
Alberto
Olá Sara,
Depois de ler os comentários e reler o post, concluo que dei um "tiro" ao lado. Julgo que afinal não serei uma excepção à regra, apenas não descrevi correctamente o meu caso.
Quando comparo a minha atitude de há 20 anos com a de agora, vejo que há uma diferença brutal na curiosidade e interesse em estudar coisas novas (que agora, depois de velho :-), é maior). Isso parece-me natural e era esse o ponto do meu comentário.
No entanto, quando penso nas coisas que gostava de ler nesses tempos, chego à conclusão que não era tão pouco assim. Agora interesso-me por outros temas, é certo, e talvez lhes dedique mais tempo, mas desde cedo que fui lendo muita coisa.
Verifico no entanto que a situação que se está a discutir é um pouco mais drástica - trata-se da ausência total de interesse e curiosidade intelectual.
Pois, a ser assim como descrevem, é de facto procupante: ou pela falta de curiosidade generalizada, ou pelo facto de que haver montes alunos cheios de interesse mas que não têm uma personalidade suficientemente forte para assumir em público essa vergonha atroz que é o seu interesse pelo mundo...
Jaime Quintas:
"Verifico no entanto que a situação que se está a discutir é um pouco mais drástica - trata-se da ausência total de interesse e curiosidade intelectual."
Isto é que me preocupa. Não é a perda pela afinidade do formato "livro". Que eu penso não se traduzir em conhecimento dado os livros que são os "best sellers".
Olá João,
Agradeço o seu comentário. Ao contrário do que diz, penso que ler livros, ver televisão ou navegar na Internet não são comparáveis. Sobre as virtualidades da leitura pode encontrar argumentos em
http://duvida-metodica.blogspot.com/2009/01/o-que-se-ganha-com-leitura-de-bons.html
Quando preciso de compreender aprofundadamente um assunto, na maior parte das vezes (eu diria quase todas) é a informação dos livros que me permite fazê-lo. É certo que existem blogues e sites especializados que podem ser uma grande ajuda, mas mesmo estes, muitas vezes, não deixam de remeter o leitor para os livros.
A qualidade do que se lê faz a diferença. Concordo consigo e como professora tento aconselhar livros de reconhecida qualidade científica e pedagógica (como julgo serem aqueles que sugeri aos meus alunos). Quais são os livros que interessam os alunos e eles consideram úteis?
Pela minha experiência, a resposta da maioria dos alunos será: nenhum!
Faça a experiência de perceber o tipo de conversas e os interesses de muitos dos alunos que frequentam o secundário (nas escolas públicas), ou nos fóruns da net em que eles trocam informações sobre o estudo, a escola ou os exames nacionais, por exemplo. Depois disso, talvez possa compreender melhor o que eu estou a dizer.
A maior parte dos alunos, no actual sistema de ensino até ao 9º ano, já percebeu que mesmo sem estudar passa, que os exames são uma fantochada, que os professores passam um enorme calvário - de relatórios, provas de recuperação, medidas de apoio, etc. - se os pretenderem reprovar. Portanto, chegam ao 10 º ano sem hábitos de leitura, de trabalho e em muitos casos sem os conhecimentos mínimos.
Porque é que acha que Portugal, nos estudos internacionais credíveis, costuma ficar tão mal classificado? Será pelo facto dos professores portugueses não terem percebido quais são os livros que os alunos acham interessantes e úteis? Ou antes pela falta de exigência que vigora actualmente?
Cumprimentos.
Olá Alberto,
Agradeço o seu comentário. É verdade que muitos dos meus colegas não lê os livros de que falo no blogue. Por motivos diferentes: alguns porque não se interessam, outros porque têm pouca disponibilidade de tempo para o fazer, embora isso não os desculpabilize inteiramente. Julgo que seria interessante, para os encarregados de educação dos alunos, saber-se quais as condições de trabalho que são dadas a alguns dos professores (o número de testes e fichas que têm de corrigir, o tempo que têm para preparar aulas estimulantes do ponto de vista científico e pedagógico, etc).
Quanto à conexão que, por vezes, se pretende estabelecer entre a ausência de hábitos de leitura dos alunos e dos professores, pode ler o que eu penso num comentário que fiz em http://blog.criticanarede.com/2009/12/escola-e-ensino.html
Cumprimentos.
Olá Jaime,
Eu não diria que se trata “da ausência total de interesse e curiosidade intelectual” (mas de um número significativo de alunos). Se fosse como dizes, mal estaria eu que deixaria de ter uma razão para ser professora.
Eu acho que se passa algo de grave nas escolas, que o governo faz de conta, muitos dos professores fazem de conta. O futuro - que estará nas mãos destes que agora são os alunos do secundário - continuando tudo como está, não se adivinha nada de bom. Posso, naturalmente estar enganada e até espero estar…
Cumprimentos.
http://www.dailymotion.com/video/x7h8oh_alegoria-da-caverna-de-platao_school
Sara:
A informação é mais importante que o formato em que é distribuida.
Penso que existem imensos facores para o baixo nivel de conhecimentos em portugal. A começar por ter passado pouco mais que 2 gerações de um regime que não previligiava a educação e que não acreditava na tecnologia. Quando se deu o 25 de Abril a taxa de literacia era, salvo erro 10%. Era muito baixa comparada com o resto da Europa. Hoje estamos muito melhor, mas ainda não é suficiente. Mas não se consegue mudar uma sociedade em tão pouco tempo. A não ser que fosse para pior.
Manolo:
Agradeço a sua sugestão.
Devo dizer que não entendo a Filosofia, e o papel que esta deve ter no ensino, do mesmo modo que o referido autor dos vídeos.
Cumprimentos.
João:
No teu comentário anterior, a questão do formato não foi colocada. Eu não discuto se o facto dos livros serem em papel ou em formato digital é um factor decisivo para explicar a ausência de hábitos de leitura entre grande parte dos alunos que frequentam o ensino secundário: acho que isso não é relevante. Afirmo que, ao contrário do que tu pensas, constato que a maioria dos alunos não usa as tecnologias para adquirir conhecimentos (filosóficos, científicos, literários...), mas sim para usufrir do prazer imediato proporcionado por jogos, redes sociais, etc. O que os embrutece do ponto de vista intelectual, em vez de alargar horizontes .
Na minha resposta ao teu comentário anterior, limitei-me a discordar das afirmações que fizeste. Consegues contra-argumentar e mostrar-me que eu não tenho razão no que disse?
Penso que os factores que apresentas - para explicar que os jovens com pretensões a frequentar a universidade não tenham hábitos de leitura - são vagos e pouco consistentes. Parece-me que, se tivesses razão, os adolescentes seriam uma espécie de autómatos, manipulados por esses factores sociais que referes e, portanto, sem qualquer responsabilidade individual. Discordo dessa perspectiva que considera os alunos sempre como vítimas de alguma coisa: dos professores, do sistema educativo, do ambiente familiar, etc. A verdade é que, embora tenhamos agora em Portugal um maior número de pessoas com acesso à educação e melhores condições de vida, tal não significa um aumento do interesse e da curiosidade intelectual. A quantidade de Centros Comerciais existentes em Portugal e o sucesso que têm no nosso país mostra que as pessoas preferem o prazer ao esforço intelectual. Se as coisas fossem como dizes - o baixo nível de conhecimento dos portugueses se devesse, sobretudo, à falta de investimento do Estado na promoção do conhecimento e da tecnologia - como explicas que tanto investimento na tecnologia e na educação, por parte deste governo, não se tenha traduzido numa melhoria dos resultados obtidos em testes internacionais credíveis?
Não considero, obviamente, os resultados obtidos no exames nacionais, dado que a falta de exigência destes serve apenas para compor as estatísticas e não para nós percebermos, de facto, o nível de conhecimentos que os alunos têm.
Cumprimentos.
Sara:
"Ao contrário do que diz, penso que ler livros, ver televisão ou navegar na Internet não são comparáveis."
Eu digo que a diferença não esta no facto de ser livro, televisão ou internet.
Logo a questão do formato.
Acho que dizer que a informação é que é o que conta, vale por si.
Ler é importante, mas o ponto fulcral não são os livros. Essa mensagem eu não subescrevo.
Ha muita coisa importante na net, acessivel e bem esplicada. Existem revistas excelentes sobre a actualidade. Em ciencia idem.
Livros são importantes dependendo do que dizem e para quem são.
Romances? Vejo-os como entretenimento. O resto tambem é aceitavel.
Não digo que os livros sejam para ignorar. TEnho a casa cheia deles e continuo a compra-los.
Acho é que esse enfase no formato é nos dias de hoje despropositada.
"Na minha resposta ao teu comentário anterior, limitei-me a discordar das afirmações que fizeste. Consegues contra-argumentar e mostrar-me que eu não tenho razão no que disse?"
Ja o tinha feito. A informação é que conta, não é o involucro ou a forma fisica do suporte ou sequer qualquer associação com o numero de paginas... Que num livro é tão variavel como na net ou em sebentas, etc.
As redes sociais e os jogos são importantes. Na realidade a integraçao social e a capacidade de manter redes sociais estão ligadas a bem estar e até a maior longevidade.
Os jogos podem desenvolver varias capacidades intelectuais e motoras.
A falta de curiosidade e sentido critico é preocupante. Plenamente de acordo. Mas isso ja vem de trás.
E não tem nada a ver com livros. Ou com o formato livro.
Pode é dizer que a razão que leva as pessoas a não querer ler livros é a mesma que leva a não querer aprender. Mas isso é outra questão. Outra variavel.
"Não vejo mais importancia na leitura por si que em ver televisão ou navegar na net."
Ok, aqui foi lapso meu. Podia estar mais claro. Quando digo na leitura "por si" quero dizer isso mesmo, que não é o quanto se lê e onde se lê.
E contrapus com navegar na net porque normalmente não esta incluida em "habitos de leitura", mesmo que seja isso mesmo muitas vezes.
Isto porque muita gente considera habitos de leitura uma coisa positiva, mas a maior parte das vezes estamos a falar de ler romances. Isso é entretenimento. Aprendem-se coisas sobre a sociedade, sobre historia, mas de um modo vago, impreciso e pouco actualizado.
Pensei que pela resposta da Sara (que até citei antes) que tinha percebido o que quiz dizer.
Vejo agora que não foi nada claro.
Sim, ler é importante. Mas o livro não é a panaceia universal para a ignorancia.
Depende do livro. E ha mais coisas nos dias que correm,.
"Parece-me que, se tivesses razão, os adolescentes seriam uma espécie de autómatos"
Pois, não são. Mas as massas movem-se devagar...
Vários factores intervem. A cultura dos pais e do ambiente influencia imenso a cultura do individuo.
Isso é sabido. Que fazer? Vivemos em sociedade, e somos influenciados pelo meio.
O esforço tem de ser constante. Vai demorar gerações se tudo correr bem a estar ao nivel de outros paises.
Lamento informar mas este post não está totalmente certo. Os alunos não mudaram do passado para agora, apenas os alunos de agora são sinceros aprenderam a defender-se, por isso mesmo é que já não têm vergonha de dizer que não lêem. Mas também devo dizer que os alunos querem aprender, o problema é que agora não têm só que aprender, têm também de pensar logo no futuro e quão competitivo anda o mercado de trabalho.
x.
Olá João:
Peço desculpa pela demora na resposta.
Ao contrário do que tu dizes, considero que o que se ganha com a leitura de livros e o esforço intelectual implicado na apropriação dessa informação é diferente do que acontece com a TV ou a net. Não ponho em causa a qualidade científica de uma diminuta quantidade de informação especializada que circula na net (porque a maioria é lixo), mas continuo a afirmar que estás enganado e, pela minha experiência e aquilo que observo noutras pessoas uma compreensão rigorosa e aprofundada de uma certo assunto implica a leitura dos livros daqueles que se dedicaram a estudar seriamente o assunto em causa.
Quando dizes que os livros são importantes dependendo do que dizem. É óbvio. Eu aconselhei certos livros aos alunos: aqueles que reconheço terem qualidade científica e pedagógica.
Julgo, que estás completamente enganado quando dizes que os romances são entretenimento. Podem ser isso mas também muito mais. Nas grandes obras da literatura podemos aprender História, Filosofia, Psicologia, Lógica, Política, etc. Podem ser um meio para compreendermos a aplicação de certos conceitos estudados teoricamente ou, então, uma forma de percebermos certos problemas e procurarmos depois informação em áreas científicas ou filosóficas específicas.
Quanto às vantagens dos jogos e redes sociais a que te referes e de que há anos os meus alunos tentam convencer-me, acho que é areia que os próprios atiram para os seus olhos e tentam atirar para os outros. A maioria dos jogos não têm qualquer reflexo positivo nas aprendizagens, são viciantes, conduzem até a uma certa dificuldade nas relações interpessoais presenciais (como pude observar durante anos nas turmas de informática a que leccionei aulas). Há muitos anos que observo que os alunos do secundário (das escolas públicas) que utilizam a net para estudar e aprender mais (e não apenas para jogar) são uma pequena minoria. É por isso que o discurso do governo sobre as vantagens das novas tecnologias é (se outras alterações não forem introduzidas ao nível dos currículos e do grau de exigência) em grande parte um conjunto de tretas, enquanto se mantiver o facilitismo que reina nas escolas.
O discurso vago e desculpatório do João em relação às massas parece-me que esconde o facto de não querer olhar para os verdadeiros problemas que neste momento se passam no ensino, nomeadamente a política educativa, em concreto, deste governo e do anterior. Esta teve as consequências mais negativas, que eu já alguma vez pude observar nestes 19 anos que dou aulas (é desses factos que eu falo no post que escrevi).
Cumprimentos.
Caro X:
Em primeiro lugar, acho que o anonimato não é a melhor forma das pessoas discutirem as suas opiniões (podia inventar um nome!).
Considera que os alunos ao assumirem que não lêem estão a defender-se, já agora, de quê?
Por outro lado, não será uma contradição alunos, que pretendem ir para Universidade, assumirem a sua ignorância publicamente orgulharem-se dela? Então porque é que querem continuar a estudar se detestam assim tanto os livros e a aprendizagem? O que é que esperam da escola? E do futuro?
Se os alunos querem aprender (como refere) deviam portanto preocupar-se em ler e estudar. Se o mercado de trabalho é competitivo, então a melhor forma de se prepararem seria possuírem uma sólida formação científica que lhes permitisse concorrer com os melhores (portanto estudarem, lerem e não orgulharem-se da sua própria ignorância).
Não acha?
Cumprimentos.
Cara Dra Sara Raposo.
Gostei muito do seu texto: claro, conciso e transparente.
Concordo com o que observa. E posso ainda acrescentar, por experiência própria (fui professor mais de 36 anos, na disciplina de Física e Química):
1. Os bons alunos, agora raros, têm muitas vezes pudor em se mostrar com o seu nível,pois são criticados e por vezes agredidos (não convém à maioria medíocre que alguém se destaque, pois a mediocridade dos restantes torna-se mais visível).
2. Verifiquei que sempre que elogiava perante uma turma a qualidade do caderno diário de um aluno, na semana seguinte (quase sempre) o caderno tinha sido roubado e aparecia rasgado: tirem-se daqui as devidas conclusões.
3. Mais facilmente um aluno médio se lembra dos nomes de 15(quinze) futebolistas ou cantores exóticos do que do nome de 3 filósofos, ou de 3 físicos ou de 3 grandes escritores.
4. Se um aluno disser (perante um grupo de jovens da sua idade) que adora "heavy metal" ou surf, cai bem: "é fixe"; se disser que adora Matemática ou Física é por eles rotulado "idiota chapado", ou pior.
5. Acontece que a Sociedade também ajuda: quando uma qualquer câmara municipal anuncia que vai promover "actividades culturais", em 95% dos casos isso é indicado como poesia, ballet, música, pintura e escultura. A ciência, nunca é vista como fazendo parte da cultura.
6. Numa qualquer actividade social,estando num grupo de pessoas,dizer que não se sabe quem escreveu "Os Lusíadas" é visto como uma falha cultural gravíssima, e o mesmo para quem não souber quem foi o segundo rei de Portugal. Mas confessar que não se sabe quem descobriu a lei da gravitação universal, ou o que é o teorema de Pitágoras, é visto como "coisa sem importância" e quase um "motivo de orgulho".
7. Mais alguns aspectos relacionados com estes e outros problemas similares podem ser vistos no meu artigo publicado em http://dererummundi.blogspot.com/2011/05/curiosidade-dos-jovens-e-o-efeito-lucas.html#comments.
Cumprimentos
Guilherme de Almeida
Olá Professores. vi este estudo e achei interessante, com um abraço.
"Mesmo tendo uma biblioteca dotada de livros e bons títulos, a maioria dos alunos não demonstrava, na época da pesquisa, ou seja, no ano passado, o interesse em buscar essa literatura", disse o aluno do 2º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Marcantônio Vilaça, Josué Macena, 16 anos.
O levantamento foi feito por meio do projeto "A leitura na escola: a análise da prática interpretativa no ensino médio do Centro de Referência Escola Estadual Marcantônio Vilaça", que faz parte da edição de 2008 do PCE, sob a coordenação do professor de Língua Portuguesa, Ricardo Braga.
O objetivo foi identificar e analisar o problema quanto ao desinteresse pela leitura entre estudantes de ensino médio. Além da fase de fundamentação teórica e elaboração dos instrumentos de pesquisa, a equipe do projeto aplicou questionários a 330 alunos do ensino médio da escola com perguntas relacionadas à prática de leitura.
Entre os resultados, o grupo de cinco alunos concluiu que o interesse pela leitura por parte dos alunos deve partir das relações sociais existentes entre eles e as pessoas mais experientes e próximas, tais como pais, mães e professores. Nesse caso, o diálogo, a afetividade e reflexão podem favorecer o gosto pela leitura dos alunos.
A aluna Ketlen Duarte, 16 anos, que também participou da equipe do projeto disse que o trabalho não acabou e que os resultados podem contribuir para o desenvolvimento de práticas para estimular a leitura interpretativa.
Agora os alunos estão tendo a oportunidade de levar os resultados desse projeto ao público da 61ª Reunião Anual da SBPC, na exposição especial dos resultados do PCE na SBPC Jovem, instalada no campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam)
Retirado de :
http://literathurando.blogspot.com/2009/07/desinteresse-pela-leitura-na-escola.html
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