"O médico que apenas sabe medicina,
nem medicina sabe.”
No contexto de uma conversa na
aula sobre a importância do conhecimento na nossa vida, alguns dos meus alunos de ciências defenderam que a sua formação
não deveria incluir o estudo da literatura (ou pelo menos de certas obras) e alguns dos temas filosóficos que já estudámos. Também houve, naturalmente, quem discordasse e defendesse o contrário.
Como referi na altura, vale a pena ouvir o discurso de um médico português
famoso sobre os livros que marcaram a sua vida. Ele destaca importância que
teve na sua formação a boa “prosa portuguesa”, nomeadamente os Maias, e um filósofo
cético chamado Montaigne.
Um médico como o João Lobo
Antunes, reconhecido a nível mundial pelo seu trabalho na área da neurocirurgia, quando lhe perguntaram pelos livros da sua vida não refere nenhum de ciência. Porque será?
Sem dúvida que este é um contraexemplo
ao que foi defendido por alguns dos alunos na aula.