No passado dia 1 de Abril, a turma do 11°A realizou uma visita guiada ao Museu Calouste Gulbenkian intitulada "Volta ao mundo no museu" e inserida no âmbito do Descobrir (programa de educação para a cultura da Fundação Calouste Gulbenkian).
A informação fornecida aos alunos, antes da visita, encontra-se AQUI.
Os alunos do 11º A (a quem agradeço), Marisa Madeira, Anastasia Borozan, Pedro Colaço, Neilson Junior, Catarina Gil, Sofia Vaz, Miguel Soares, Ana Gonçalves e Pedro Luz, a meu pedido, acederam colaborar na divulgação deste museu. Para tal escreveram pequenos textos, a partir das suas experiências, e falaram da sua obra de arte favorita.
Espero que as boas razões dos alunos sejam convincentes e levem os leitores do Dúvida Metódica a visitar este espaço.
O Museu Calouste Gulbenkian é um conceituado e prestigiado museu de arte localizado em Portugal. Abriu em Outubro de 1969 com o objectivo de expor a vasta colecção de arte que Calouste Sarkis Gulbenkian, industrial de origem arménia, fixado em Portugal em meados do século XX, reuniu ao longo da sua vida. Este museu é deveras cativante, não só pelas interessantes peças de arte que se encontram expostas – desde pinturas, a peças decorativas e a esculturas – mas também, de igual modo, devido ao deslumbrante jardim que o rodeia. Recomendo vivamente a visita deste museu, mesmo que seja apenas para desfrutar a serenidade fornecida pelo jardim envolvente.
As peças da exposição formam dois circuitos independentes. O primeiro circuito é dedicado à Arte Oriental e Clássica, com peças de arte egípcia, greco-romana, arte islâmica, arte da China e arte do Japão. E o outro circuito é dedicado à Arte Europeia, possuindo núcleos dedicados à arte do livro, às artes decorativas, à escultura e à pintura.
O núcleo dedicado à pintura foi, talvez, aquele que mais me surpreendeu. Os diversos quadros que podemos observar ao longo do museu são bastante realistas porque conseguem dar-nos a sensação que as personagens retratadas estão diante de nós. É impressionante a precisão das linhas, das sombras, dos contornos, do movimento da roupa e do cabelo, por exemplo.
O meu quadro preferido foi, sem dúvida, o de Peter Paul Rubens, denominado de “O massacre dos inocentes”. Este quadro chamou-me à atenção, sobretudo, devido à expressão corporal e facial das pessoas representadas. O pintor transmite ao espectador uma ideia do sofrimento físico causado pela brutalidade humana. Olhar este quadro permite-nos pensar no que significa ser vítima de uma injustiça cruel, independentemente dos motivos serem ou não religiosos. Haverá algo mais imoral do que maltratar aqueles que não se podem defender?
Marisa Madeira, 11ºA
A visita ao museu Gulbenkian foi uma experiência surpreendente que me permitiu adquirir conhecimentos acerca de diferentes povos. No museu estão expostas diversas peças representativas das variadas correntes artísticas da Europa, desde o século XI até meados do século XX.
Ao percorrer o museu podemos apreciar peças de joalharia, mobiliário, tapetes, livros islâmicos e persas, pinturas, esculturas, etc. A cultura e a arte de cada povo são contadas a partir das peças aí presentes, revelando a sua história e tradições.
Todos os objectos desta gigantesca colecção são muito belos e reflectem o gosto requintado do coleccionador. A peça que mais me chamou a atenção foi um quadro representando uma natureza morta. Nele vemos um cisne, um coelho e dois patos mortos, enquanto, ao lado deles, se encontra erguido um pavão vivo. Os nossos olhos tendem a interpretar as figuras representadas no quadro como algo real, como se pudéssemos tocar em animais autênticos, pois eles parecem querer sair do quadro. É uma natureza morta que nos põe a pensar acerca da vida.
Tal como este quadro fantástico, igualmente as Artes do Extremo Oriente com a representação de porcelanas e pedras duras da China e lacas do Japão, as peças de joalharia de René Lalique, chamaram a minha atenção. Estas peças contam parte da história da sua época e alargam a nossa visão a outras culturas.
O museu também possui um jardim extremamente belo, onde podemos usufruir de uma sombra refrescante e uma vista espantosa, com um grande lago e um conjunto de estatuária moderna espalhada ao longo desses espaços verdes, sem dúvida, dignos da nossa presença!
Anastasia Borozan, 11º A
A colecção de arte do Museu Calouste Gulbenkian é constituída por cerca de 6000 peças. O museu reúne, nas suas galerias de exposição permanente, apenas 1000 das mais representativas de Arte Egípcia, Greco-Romana, da Mesopotâmia, do Oriente Islâmico, da Arménia, do Extremo-Oriente, Escultura, Arte do Livro, Pintura, Artes Decorativas e as obras de René Lalique.
A pintura acima foi a obra de arte que mais me impressionou. Os animais parecem sair do quadro e "querer" tornar-se reais. Para dar conta desta ilusão e reflectir sobre o que ela significa é necessário visitar o museu: ter a experiência de contemplar este quadro.
Outro dos motivos para visitar o museu são os jardins, da autoria do arquitecto Ribeiro Teles, que constituem uma referência para a arquitectura paisagística e onde se incluem algumas árvores e algumas espécies únicas da flora.
Pedro Colaço, 11º A
A obra de arte que eu mais gostei do Museu Calouste Gulbenkian foi uma pintura a óleo de Joseph Mallord William Turner (23/04/1775-19/12/1851) a retratar um naufrágio. O que mais me agradou no quadro foram as cores utilizadas e a perspectiva: mostra a fragilidade e a impotência dos seres humanos diante das forças da natureza, neste caso as gigantescas vagas do mar.
Neste quadro podemos observar um fundo escuro, que parece dar ao espectador uma antevisão sinistra e trágica dos acontecimentos. As pinceladas rápidas, utilizadas para representar a água, transmitem a sensação do movimento das ondas, permitindo aos que contemplam o quadro imaginar as suas ideias e sensações perante uma situação extrema, onde a vida esteja em risco.
Neilson Junior, 11ºA
No museu, a distribuição das galerias está orientada por um percurso geral que se divide em dois circuitos independentes, organizados cronológica e geograficamente. O primeiro circuito é dedicado à Arte Oriental e Clássica enquanto o segundo percurso diz respeito à Arte Europeia.
Por vezes, para mim, é muito difícil escrever este tipo de textos. Não consigo escolher só uma “coisa” que me tenha impressionado. Provavelmente tudo me impressionou, mesmo que de maneiras distintas e, portanto, nada acabou por se destacar. A verdade é que nas visitas de estudo o que mais entusiasma é a interacção com os nossos colegas e o encanto que é estarmos num local diferente. De qualquer forma, aqui faço referência a um dos muitos aspectos que me cativaram nesta exposição – a excepcional colecção de obras de René Lalique.
Os trabalhos de Lalique são inspirados na mulher e na natureza, englobando, sobretudo, o fabrico de jóias mas também candelabros, relógios, vasos, frascos de perfume, etc.
Antes de René Lalique, a produção de joalharia baseava-se na utilização de materiais tradicionais, tais como: ouro, pérolas, diamantes, prata e pedras preciosas. Lalique revolucionou as técnicas da época combinando estes materiais com outros, inovadores, de que são exemplo o marfim, o vidro e os adornos com pedras semipreciosas: ágata, ametista, jade…
As temáticas escolhidas por Lalique para a criação das suas jóias são bastante interessantes: répteis, como as serpentes, ou insectos como, por exemplo, gafanhotos. São criações ousadas que, ou eram expostas como obras de arte ou usadas por mulheres "fora do comum". De facto, é raro encontrar joalharia desde tipo e é essa diferença que o torna um artista invulgar, que transmite ao mundo um novo tipo de beleza.
Antes de finalizar, não poderia deixar de falar nos belíssimos jardins que ornamentam o exterior do Museu. O ambiente é bastante agradável, seja para ler, passear, falar ou até confraternizar com uns quantos patinhos que têm um gosto especial em roubar comida aos visitantes.
Aconselho a todos os amantes de Arte e Natureza a visitarem o Museu Calouste Gulbenkian, pois este é uma perfeita fusão destes dois elementos.
Catarina Gil, 11º A
A visita ao museu foi uma oportunidade para relembrarmos alguns dos temas aprendidos na disciplina de História (do 2º e 3º ciclos) e também de aprendermos coisas novas. A história não era o tema principal desta exposição, mas sim a arte. Foi através das obras expostas que as diversas culturas e factos históricos chegaram até nós. A arte é a forma mais antiga de contar a história, desde a pré-história aos tempos modernos.
Na exposição existiam várias peças de arte que se destacavam pela técnica, e/ou tema. Uma das minhas obras favoritas foram os vasos gregos, isto porque na Grécia Antiga existiu uma cultura extremamente rica e um conjunto de ideias que acabaram por influenciar, decisivamente, a arte, a política, a filosofia, a literatura, por exemplo, até aos nossos dias. Na cultura grega os vasos tinham um papel decorativo mas também utilitário. A técnica usada na sua pintura, por causa da dificuldade em desenhar na cerâmica, implicava a utilização de conhecimentos de Geometria e influenciou muitos outros povos e culturas.
A peça presente no museu apresenta uma forma de cálice-cratera. É feito de um material chamado terracota e é pintado com a técnica de figuras vermelhas, segundo o "estilo livre", característico dos meados do séc.V a.C. As pinturas têm como tema a mitologia grega. Na parte superior encontra-se figurado o rapto das Leucípides pelos gémeos Castor e Pólux. Na inferior está representada uma cena dedicada a Baco (o Deus do vinho e das festas), onde vemos sátiros perseguindo ménades (mulheres que adoravam Baco).
Concluindo, é impressionante como um só homem conseguiu coleccionar tantos artefactos de tantas épocas e culturas diferentes, todos eles espectaculares e únicos. Vale a pena dispensar uns eurozinhos para ter ver esta colecção. O jardim envolvente encontra-se repleto de espaços escondidos e pequenos e grandes lagos. Pode-se dizer que é um convite a passar bons momentos: um lugar perfeito para se apaixonar ou simplesmente para estar sozinho ou com amigos.
Sofia Vaz, 11º A
Neste museu encontram-se expostas várias peças valiosas que Calouste Sarkis Gulbenkian coleccionou ao longo da sua vida.
O museu apresenta uma grande diversidade de peças de diferentes partes do mundo: Arte Egípcia, Greco-Romana, da Mesopotâmia, do Oriente Islâmico, Arménia, do Extremo-Oriente, arte do Livro, Esculturas, Pintura, Jóias e Artes Decorativas.
As peças que eu mais gostei foram algumas de Artes Decorativas, especialmente alguns armários que apesar de serem objectos utilitários têm um elevado valor estético. A maior parte deles eram decorados com bronzes em alto relevo e as imagens esculpidas representavam cenas mitológicas. Outro aspecto interessante em relação aos armários é que, muitos deles tinham a fechadura mesmo em frente aos nossos olhos, mas era muito difícil encontrá-la visto que se encontrava disfarçada com as imagens de bronze.
Existem muitas outras peças interessantes expostas no Museu Calouste Gulbenkian, sendo um óptimo lugar para visitar e aprender sobre as artes dos diferentes lugares do nosso mundo e das diferentes civilizações.
Miguel Soares, 11º A
O meu quadro favorito foi um retrato (característico do século XVII), uma obra da autoria de um dos pintores mais emblemáticos da época: Peter Paul Rubens (1577-1640).
Este retrato mostra-nos, detalhadamente, toda a fisionomia de uma senhora, de seu nome Helena Fourment, bem como a sua condição económico-social, evidente no vestuário que apresenta. O vestido de cetim negro com folhos e o chapéu de grande aba são indumentária específica da mulher pertencente à burguesia afortunada da época. Filha de um abastado mercador de sedas, a jovem Helena casa com Rubens em 1630, apesar da diferença de idade evidente entre esta o pintor (cerca de 30 anos). O amor profundo que Rubens nutria por Helena levou o pintor a retratá-la, com frequência, nas suas produções artísticas.
Este retrato chamou-me a atenção não só pela sua beleza como pelo facto da sua análise nos proporcionar conhecimentos da época histórica em que viveu o pintor e a mulher retratada. É como se viajássemos no tempo e soltássemos a nossa imaginação... conseguirmos até sentir a macia textura do cetim na nossa pele.
Esta obra-prima do estilo barroco é um dos motivos, entre muitos outros, para visitar o Museu Calouste Gulbenkian, ou seja, uma oportunidade de usufruir de uma experiência imperdível!
Ana Gonçalves, 11º A
Rembrandt, o autor deste quadro, aborda nesta pintura um tema frequente na sua produção artística: a velhice. Desconhece-se a identidade da figura representada. A propósito do tema da velhice também pintou vários auto-retratos.
O quadro revela uma nova forma de narração pictórica, através da qual o espectador é levado a dar atenção a um rosto fechado do velho, aparentemente, concentrado nos seus pensamentos. Serão estes sombrios, tal como as cores que o envolvem? Em que estará ele a pensar? Estará angustiado pela proximidade da morte? Ou antes porque percebeu, agora, que não viveu a vida como desejava?
O aspecto reflexivo do rosto é acentuado pela prodigiosa técnica de chiaroscuro desenvolvida pelo pintor. O que me fascina neste quadro é a conjugação das cores, como se pode ver as roupas do velho confundem-se com o fundo do quadro e para contrastar com isso, as suas mãos e a cara são bastante definidas e claras.
Aconselho vivamente as pessoas a visitarem as várias colecções deste Museu porque assim como este quadro fabuloso de Rembrandt (que pertenceu à rainha D.Catarina II da Rússia) existem muitas outras peças que merecem ser vistas e revistas.
Pedro Luz, 11º A
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Este quadro, chamado "A leitura", do pintor Henri Fantin-Latour (1836-1904) é o meu favorito. As razões da minha escolha deixo-as à imaginação dos leitores...
Sara Raposo