sábado, 30 de agosto de 2008

Como distinguir o que é arte do que não é arte?


A fotografia representa o pianista Pedro Burmester interpretando a peça "4´33" de John Cage, que consiste em quatro minutos e trinta e três segundos de silêncio. Ou seja: o pianista senta-se ao piano e durante esse tempo fica imóvel, sem tocar uma única nota. No final desse tempo levanta-se e agradece ao público.
"4´33" será uma obra de arte?

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Provincianismo


«Geralmente relacionamos a noção de provincianismo com o espaço. O provinciano é alguém cujos pensamentos estão limitados a um espaço, ao qual atribui uma importância exagerada e universal. Mas T. S. Eliot adverte contra o tipo de provincianismo, referente não ao espaço, mas ao tempo.
"Na nossa época - escreve num ensaio sobre Virgílio em 1944 - as pessoas, mais do que nunca, são capazes de confundir a sabedoria com o conhecimento, e o conhecimento com a informação, e tentam resolver problemas de vida em termos técnicos. Assistimos ao nascimento de um provincianismo de tipo novo, que provavelmente precisa de outro termo. É o provincianismo não de espaço, mas de tempo; a história, para ele, limita-se à crónica de inventos humanos que serviram antes de serem deitados no lixo; para ele o mundo é propriedade exclusiva dos vivos, onde os mortos não têm nenhum lugar."».

Ryszard Kapuscinski, Andanças com Heródoto, Ed. Campo da Letras, pp.225-226.

Filosofia e clareza



“Eu não posso viver sem clareza. Eu quero e tenho de me aproximar das metas elevadas com um trabalho fervoroso e uma profundidade puramente objectiva. Eu luto pela minha vida e, por isso, creio poder avançar com confiança. Só uma coisa me realiza: obter clareza. De outra forma a vida é-me insuportável, se não puder acreditar que alcanço isto, a saber: que eu mesmo possa efectivamente contemplar a terra prometida com um olhar límpido”.

Husserl, Husserliana, Vol. XXIV, pág. 445 (tradução de António Caeiro).

Filosofia e Senso Comum

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

O que é que realmente sabemos?


Quino desenhou "Deus" - instalado na nuvem mais alta e dotado por isso de um olhar muito abrangente - a rir, divertido com as asneiras escritas num livro chamado "Leis da Física Geral".
Terá esse riso razão de ser? Saberemos realmente aquilo que julgamos saber? E se as nossas melhores crenças forem, afinal, falsas? Ou seja: e se - como afirmam os cépticos - aquilo a que chamamos conhecimento não passar de uma ilusão?



Quino, "Condições Humanas", Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1992.

Persuasão

Quino, "Potentes, Prepotentes e Impotentes", Editorial Teorema, 2004.

Elogio da leitura



Filosofar




“Aquele que deseje filosofar deve antes de mais duvidar de todas as coisas. Não pode tomar parte num debate antes de ter escutado as diversas opiniões, nem antes de avaliar e comparar as diversas opiniões, nem antes de avaliar e comparar as razões contrárias e a favor. Jamais deve julgar ou censurar um enunciado apenas pelo que ouviu, pela opinião da maioria, pela idade pelo mérito ou pelo prestígio do orador, devendo por consequência agir de acordo com uma doutrina orgânica que se mantém fiel ao real e uma verdade que pode ser entendida à luz da razão.”

Giordano Bruno, in Michael White “Giordano Bruno: O Filósofo Maldito”, Planeta, 2008.