quinta-feira, 31 de maio de 2012

Declaração de princípios

corto maltese

Corto Maltese, de Hugo Pratt.

 

TE DEUM

Not because of victories
I sing,
having none,
but for the common sunshine,
the breeze,
the largess of the spring.

Not for victory
but for the day's work done
as well as I was able;
not for a seat upon the dais
but at the common table.

Charles Reznikoff

A que se deve a crise?

Mais informações sobre o livro aqui.

O jornalista Pedro Santos Guerreiro, do jornal de negócios online, escreveu uma  crónica que vale mesmo a pena ler. Porque falham as nações e se vive, actualmente, num contexto de uma crise económica e social aguda? Qual é a origem do poder, da prosperidade e da riqueza?

Daron Acemoglu e James A. Robinson (sobre os autores ver aqui) respondem num livro de economia, que ainda não está traduzido em português. A causa do falhanço, dizem eles, são as instituições. Como é que esta tese se aplica a Portugal?

Leiam o artigo deste jornalista e encontrarão a resposta.

"Estamos fartos de coisas giras, queremos economia a sério. Economia a sério não é a verrina das "oportunidades", é concorrência, acesso, liberdade, mérito. A sociedade civil não precisa de libertar-se do Estado, o Estado é que precisa de libertar-se da elite intendente, e dependente, que através dele sufoca a sociedade civil. Sejamos antidepressivos como é preciso: à bruta.

A tese está num daqueles livros que aparecem de vez em quando, livros "de economia" que toda a gente vai ler. Foi assim com "O Cisne Negro", com "O Mundo é Plano", com "Freakonomics". Será assim com este: "Why Nations Fail". Tradução livre (o livro ainda não está traduzido para Portugal): Porque falham as Nações. Não falta o ponto de interrogação, o livro não pergunta, responde. E a resposta pode aplicar-se a Portugal. Com alguma vergonha.


A recensão fica para outro texto. Aqui, para o que interessa, ficam três penadas. Ao contrário das teses clássicas, que atribuem os fracassos a questões geográficas, climatéricas ou culturais, o livro de Daron Acemoglu e James A. Robinson invoca as instituições. Só um quadro institucional estável, credível e em liberdade motiva ciclos de inovação, de investimento, de expansão, de prosperidade. Se os países estão aprisionados em elites, políticas ou económicas, o "elevador social" não funciona, nem vale a pena tentar.

A. Robinson invoca as instituições. Só um quadro institucional estável, credível e em liberdade motiva ciclos de inovação, de investimento, de expansão, de prosperidade. Se os países estão aprisionados em elites, políticas ou económicas, o "elevador social" não funciona, nem vale a pena tentar.

Falemos de Portugal. Nem é preciso listar a miserável reputação da maioria das instituições. Basta pensar nas possibilidades: estão cerradas. Quem tem uma ideia para um projecto precisa de dinheiro. Como não há capital acumulado em famílias, nem em capitais de risco, restam duas vias: a banca e os fundos comunitários. Na banca, ou se tem pais anónimos mas ricos, ou pobres mas famosos. Nos fundos comunitários, é preciso pagar comissões às associações empresariais que histórica e vergonhosamente controlam a distribuição do dinheiro. Se a empresa arranca, precisa de padrinhos ou de financiar partidos para ganhar concursos públicos. Se tem lucro, é tributada; se não tem lucro, é fiscalizada. É uma economia a inferno aberto.

O inferno é Portugal ser um sistema fechado, dominado por uma elite que reparte o poder, a riqueza, o dinheiro. Transfere a fortuna para "offshores" e dá-nos lições de moral. Diz-nos para nos fazermos à vida, mas depende da sociedade que critica."

O artigo pode ser lido na integra aqui.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Votos de bom estudo para os alunos do 10º D!

Aprender (e, consequentemente, ter boas notas) ajuda as pessoas a irem mais longe. Espero que não se esqueçam disso  ao estudar para o teste de amanhã. Até porque, como sabem, não será o teste mais fácil que já fizeram na vida.

Bom estudo!

foto de Lissy Elle

Fotografia de Lissy Elle.

Filosofar não é discutir o sexo dos anjos

Apesar das respostas aos problemas filosóficos não serem consensuais e suscitarem sempre dúvidas, a sua discussão não é inútil. Discutir, por exemplo, o modo como a riqueza deve ser distribuída numa sociedade não é discutir o sexo dos anjos.

Misery - Nikolay Bogdanov-Belsky, 1919

Nikolai Bogdanov-Belsky, Miséria, 1919.

O regulamento dos exames nacionais

As normas a serem seguidas nos exames nacionais do ensino básico e do ensino secundário já saíram e podem ser consultadas no documento seguinte.

NORMA 02 - 2012

terça-feira, 29 de maio de 2012

Uma escola é aulas e mais aulas ou algo mais?

Mais um post convidado, desta vez da professora Cláudia Benedito.

Pinheiríadas

E os alunos, querem a escola e os professores só para as aulas?

Vem o tema a propósito de algumas “queixas” de professores que se sentem “entre a espada e a parede” com o cumprimento dos programas das disciplinas que lecionam, as provas  intermédias, os exames nacionais e a participação em atividades que têm sido tradicionalmente dinamizadas pela escola.

Se por um lado a tutela, e a sociedade em geral, exige dos professores a função para a qual são indispensáveis – as aulas, os programas e as matérias – por outro lado, “enche” os seus horários com cada vez mais atividades letivas, eliminando, pouco a pouco, o tempo para participar noutros projetos com alunos.

Assim, vão “morrendo” atividades nas escolas que faziam os alunos aprender e ganhar outros conhecimentos e competências que não se confinam às paredes de uma sala de aula…são as olímpiadas, os concursos, os clubes, etc…onde está o espaço/tempo para eles?

Ficaremos, por imposições legais, limitados aos minutos letivos, às matérias disciplinares vistas no contexto de situações mais ou menos formais de avaliação, e a relação de turmas, cada vez maiores, com o professor vai ficando cada vez mais distante, impessoal e no sentido restrito da sua função profissional.

Onde ficará o enriquecimento de relações construído no envolvimento em atividades “livres”, de cariz regional, tradicional ou autónomo de cada escola? Gostarão os alunos desta escola?

Cláudia Benedito, Professora de Educação Física e Coordenadora de Projetos. 

(Nota: as Pinheiríadas são um concurso  interturmas que se realiza anualmente na Escola Secundária de Pinheiro e Rosa, com provas variadas: Desporto, Leitura, Matemática, Cultura geral, Teatro, etc.)

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Links para o 5º teste do 10º (turmas A, C eD)

Leviathan Hobbes

Obrigatório:

O dilema do prisioneiro: as vantagens da cooperação

O anarquismo e as teorias contratualistas de Hobbes e Locke

O que é pior: a tirania ou a anarquia?

O estado é incompatível com a autonomia individual

Críticas de um anarquista à democracia

Anarquismo: a vida social é possível sem o estado

Críticas dos anarquistas à democracia: tópicos para o debate

Uma experiência mental oportuna no actual contexto político

O Estado e o indivíduo: a quem pertence a pescaria?

Opcional:

Estudar filosofia política: imagens inspiradoras

O que é a democracia?

O que é a democracia?

O que pode acontecer na ausência do Estado? – Um exemplo (2)

As noções de “estado de natureza” e “contrato social” na perspectiva de Hobbes

A estrada de Giges

Uma sociedade justa, segundo Rawls

Rawls e Nozick: o estado social versus o estado mínimo

O que é a filosofia?

Como referi aqui, sugeri aos alunos do 10º ano um trabalho facultativo: realizar um pequeno vídeo em que um problema filosófico fosse discutido. Estes alunos optaram por fazer uma caraterização da filosofia.

O que é a filosofia?

Trabalho realizado por: Fábio Gonçalves e Rafael Fonseca, do 10º D.

Matriz do 5º teste de Filosofia: turmas A, C e D do 10º ano

Matriz do 5º teste filosofia 10º ano - Filosofia Política

Temas:

Filosofia Política - o problema da justificação do Estado; o problema da justiça distributiva.

sábado, 26 de maio de 2012

Vídeos filosóficos filmados e pensados por alunos

Sugeri aos alunos do 10º ano um trabalho facultativo: realizar um pequeno vídeo em que um problema filosófico fosse discutido. Eis três deles.

Aula sobre o relativismo moral cultural:

Trabalho realizado por: Ana Rita Mendonça, Cláudia Ferreira, Ricardo Martins e Rui Branco, do 10º C.

Cimeira sobre os Direitos Humanos:

Trabalho realizado por: Beatriz Cabrita, Daniela Rodrigues, Igor Albernaz e Lucas Sá, do 10º A.

Debate sobre o subjetivismo moral:

Trabalho realizado por: Bruno Cardoso e Ricardo Garcia, do 10º A.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O valor da ciência e os perigos da pseudociência

Vale mesmo, mesmo a pena ouvir esta última entrevista de Carl Sagan - astrónomo e  divulgador de ciência - a explicar como numa sociedade, onde a ciência e tecnologia desempenham um papel fundamental, a ignorância e o desprezo pelo conhecimento científico poderá acarretar graves perigos. Querem saber quais?

Ouçam as respostas de Sagan. Estarão, sem  dúvida, a aproveitar muito bem alguns minutos das vossas vidas!

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Justiça

estado de direito justiçaHá meses atrás a Sara escreveu um post chamado Sem a crença na justiça, não se valoriza a democracia em que evoca uma cena magnífica do filme Filadélfia de Jonathan Demme, onde a personagem principal explica porque é que gosta da Lei e da profissão de advogado. E diz que a razão principal é o facto de por vezes ser possível “contribuir para a justiça que está a ser feita”.

Lembrei-me dessas palavras, simples mas admiráveis, pois soube hoje que uma enorme injustiça foi corrigida pelas instituições responsáveis e que o estado de direito – que por vezes não parece existir em Portugal – funcionou. E é bom saber que a justiça foi feita!

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Música em Paris

Duas excelentes canções do filme, de Woody Allen, "Meia noite em Paris" e a mais bela voz a cantar a mais bela canção: Ella Fitzgerald, "I love Paris".

Preparação para o exame nacional de Filosofia 2012

Para os alunos que se inscreveram no exame nacional de Filosofia saiu um livro, da autoria de Pedro Galvão e António Lopes, que vos poderá ser muito útil e que aconselho vivamente.

http://images.portoeditora.pt/getresourcesservlet/image?EBbDj3QnkSUjgBOkfaUbsKIiGhhTnv74wHCxfUMk1OiVbS%2B8udY5pNqeutSTFw7c&width=275

Um diálogo sobre o falsificacionismo

Para ler, clicar em cima do documento.

O texto, da autoria de Desidério Murcho, foi tirado da revista Crítica, ver aqui.

sábado, 19 de maio de 2012

Verdades acerca da mentira

Mentira máscara“Metade da verdade é muitas vezes uma grande mentira.”

“Os mentirosos começam por enganar os outros e acabam por se enganar a si próprios.”

“Os mentirosos têm pouco respeito pelas outras pessoas.”

“Pode chegar-se longe com uma mentira, mas depois não se pode voltar atrás.”

A.C. Grayling, O Livro dos Livros– Uma Bíblia Humanista, Lua de Papel, 2011, pp. 449-450.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O fim da Crítica, a melhor revista de Filosofia online

Desidério Murcho anunciou o fim da revista Crítica (aqui) e da  sua colaboração no blog da Crítica. Para mim, que fui durante anos leitora assídua de ambos, é uma perda difícil de reparar, pois ajudou-me a aprender o valor da clareza e da discussão.

Os muitos artigos desta revista - em que muitas vezes nos inspiramos e divulgamos neste blogue - continuam disponíveis online. Quem quiser perceber porque motivo - como eu costumo dizer aos meus alunos quando recomendo a leitura desses artigos - a Crítica é a melhor revista de Filosofia, em língua portuguesa, online pode ver AQUI.

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O Estado e o indivíduo: a quem pertence a pescaria?

homem versus estado

A ideia transmitida pelo cartoon será um argumento contra a existência do Estado, contra algumas maneiras de entender o papel do Estado ou simplesmente contra o mau uso do Estado feito por alguns políticos?

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Popper, Darwin e o tédio

Para os meus alunos do 11º C e D que têm teste intermédio de Biologia amanhã.

O prefácio de Darwin ao livro (traduzido em português por Vítor Guerreiro) pode ser lido aqui. Sobre a importância desta obra de Darwin, vale a pena ler aqui.

Nas aulas de Filosofia (do 11º ano), tenho questionado os alunos acerca do significado de uma das ideias de Darwin - “a seleção natural” – que fazem parte do programa de Biologia e Geologia e que eles andam a estudar agora (o teste intermédio desta disciplina é amanhã). Para se compreender a forma como Popper explica a evolução da ciência é preciso entender algumas ideias básicas de Darwin. Segundo este filósofo, o que acontece em relação ao progresso científico é comparável ao que se passa no reino animal. Na ciência apenas sobrevivem as teorias mais aptas que, ao serem submetidas a testes, resistem às tentativas de refutação. É devido a esta “seleção natural” que os erros vão sendo eliminados ou corrigidos e a ciência nos permite obter cada vez mais e melhores explicações para os fenómenos.

O que me impressionou nas respostas dos alunos - e me deu que pensar - foi a maneira mecânica e enfadada como alguns alunos reproduziram algumas das ideias de Darwin, como se nelas não houvesse nada de entusiasmante. Observei-lhes que eu tinha descoberto - por mero acaso - um facto que me parecia, verdadeiramente, extraordinário e que contrariava a atitude entediada que alguns deles demonstravam em relação a este assunto:

A obra de Darwin, “A origem das espécies” encontra-se traduzida em português e é uma das obras cuja leitura é aconselhada no Plano Nacional de Leitura (LER +) implementado pelo ministério.

Resposta de vários alunos (admito que há exceções, mas são uma minoria silenciosa nas aulas):

- “Oh, professora, mas nós não lemos livros desses! Não gostamos de ler!”

Retorqui:

- “E, então, porque é que querem ir para a universidade?”

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Resulta mesmo?

tigre

Uma mulher saía para o alpendre de casa todas as manhãs e exclamava:

- Que os deuses protejam esta casa! Que os deuses protejam esta casa!

Uma vizinha, após ouvir essas palavras muitas vezes, resolveu um dia perguntar-lhe:

- Para que é aquilo? Não há um único tigre num raio de mil quilómetros.

- Estás a ver? Resulta! – respondeu a mulher.

Thomas Cathcart e Daniel Klein, Platão e um Ornitorrinco entram num Bar..., Dom Quixote, Lisboa, 2008, pág. 54 (adaptado).

Qual é a falácia?

terça-feira, 15 de maio de 2012

A universidade dos pés descalços

Este é um vídeo sobre educação que vale a pena ver porque faz-nos pensar acerca do que é ensinar e do modo como se ensina.

"Em Rajasthan, na Índia, numa escola ensinam-se mulheres e homens do meio rural - muitos deles analfabetos - a tornarem-se engenheiros solares, artesãos, dentistas e médicos nas suas próprias aldeias. Chama-se Universidade dos Pés-Descalços, e o seu fundador, Bunker Roy, explica como funciona."

O conferencista termina citando Mahatma Gandhi:

"Primeiro eles ignoram-te, depois riem-se de ti, depois combatem-te e, finalmente, tu vences".

Agradeço ao professor André Ramos o envio deste vídeo.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Uma cidade, vista e tocada ao piano por Bernardo Sassetti

Morreu hoje o compositor e pianista Bernardo Sassetti.

Em jeito de homenagem, eis um excerto da excelente banda sonora composta por Bernardo Sassetti para o filme Alice, de Marco Martins.

Bernardo Sassetti

Exames nacionais: algumas reflexões

A professora Helena Damião, da Universidade de Coimbra, deu uma entrevista ao Diário de Notícias, onde fala das alterações que irão ser introduzidas, no próximo ano, na avaliação dos alunos do primeiro ciclo. Refere-se também aos exames nacionais, nomeadamente às vantagens e desvantagens da sua aplicação. Há nas suas palavras uma sensatez e um realismo que não é frequente encontrar nos discursos sobre pedagogia em Portugal.

A entrevista pode ser lida na íntegra aqui. Para perceberem como algumas das afirmações de Helena Damião são certeiras e valem a pena ser lidas, transcrevo algumas passagens:

«De facto, para testar a aprendizagem conseguida, em certas circunstâncias é vantajoso que não sejam os professores das turmas, das escolas e dos sistemas educativos a fazerem e corrigirem as provas de avaliação, e isto porque estão demasiadamente próximos do contexto para não se deixarem influenciar por ele.

(…) esta preocupação de prestação de contas, tanto “dentro como fora de portas”, que podemos e devemos questionar, não me parece incompatível com a preocupação de melhorar a aprendizagem, desde que esta preocupação não se subjugue àquela. São preocupações distintas, ainda que em determinados momentos se cruzem.

(…) Enquanto a avaliação formativa faculta informação frequente sobre as aquisições académicas de cada aluno com o objetivo de verificar se coincidem com o que se planificou, tendo uma função de suporte à aprendizagem; a avaliação sumativa faculta informação pontual sobre as aquisições académicas de cada aluno com o objetivo de o situar numa escala de pontos, com o propósito de, como agora se diz, “prestação de contas”. Cada uma destas modalidades requer os seus instrumentos, estratégias e momentos, que não se podem misturar nem confundir.

(…) As reprovações, que no nosso sistema educativo têm uma expressão elevada, são algo que não desejamos que aconteça. Mas, sendo um problema, eventualmente maior do que supomos, temos de o enfrentar e em diversas frentes: uma delas é proporcionar orientações claras aos professores, derivadas de conhecimento válido que se tem sobre a aprendizagem; outra é convocar os professores para o ensino, libertando-os de tarefas paralelas que lhes ocupam tempo e lhes consomem a energia; outra é diferenciar o ensino em função da evolução dos alunos na aprendizagem e pugnar para que cheguem a patamares desejáveis.»

Ainda a propósito desta entrevista e dos exames, vale também a pena ler as considerações que Desidério Murcho escreveu aqui.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Filosofia no Ensino Secundário

O blogue Filosofia no Ensino Secundário, de Rolando Almeida, nasceu no dia 21 de Maio de 2006. Ainda faltam alguns dias para soprar as seis velas, mas vale a pena passar por lá já hoje.

O FES contribuiu muito positivamente para a melhoria do ensino da Filosofia, pois foi um dos primeiros blogues de Filosofia em Portugal e, através do seu exemplo, ajudou outros blogues a virem à luz do dia. Para não falar, obviamente, da utilidade que teve para a generalidade dos seus leitores.

Para nós foi importante dessas duas maneiras: ajudou a definir o projeto do Dúvida Metódica e a leitura de imensos dos posts do Rolando foi muito proveitosa. Os parabéns ficam para o dia 21, mas fica dito desde já: obrigado Rolando!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Florbela Espanca: filme, poema e canção

Fotografia da poetisa Florbela Espanca (1894 – 1930).

"Florbela" é o filme português mais visto dos últimos dois anos...E que tal aproveitar este entusiasmo para ler uns poemas?

Os meus versos

Rasga esses versos que eu te fiz, Amor!
Deita-os ao nada, ao pó, ao esquecimento,
Que a cinza os cubra, que os arraste o vento,
Que a tempestade os leve aonde for!


Rasga-os na mente, se os souberes de cor,
Que volte ao nada o nada de um momento!
Julguei-me grande pelo sentimento,
E pelo orgulho ainda sou maior!...


Tanto verso já disse o que eu sonhei!
Tantos penaram já o que eu penei!
Asas que passam, todo o mundo as sente...

Rasgas os meus versos...  Pobre endoidecida!
Como se um grande amor cá nesta vida
Não fosse o mesmo amor de toda a gente!...

Florbela Espanca

O estado é incompatível com a autonomia individual

“A marca distintiva do estado é a autoridade, o direito de governar. A primeira obrigação do homem é a autonomia, a recusa de ser governado. Parece, pois, que não pode haver qualquer resolução para o conflito entre a autonomia do indivíduo e a hipotética autoridade do estado. Na medida em que um homem cumpra a sua obrigação de fazer de si o autor das suas decisões, irá resistir à pretensão do estado a ter autoridade sobre ele. Ou seja, irá negar que tenha um dever de obedecer às leis do estado simplesmente por serem leis. Nesse sentido, parece que o anarquismo é a única doutrina consistente com a virtude da autonomia.”

Robert Paul Wolff, Em Defesa do Anarquismo (in Textos e Problemas de Filosofia, organização de Aires Almeida e Desidério Murcho, Plátano Editora, Lisboa, 2006, pág. 97).

anarquia

terça-feira, 8 de maio de 2012

A ESPR na Assembleia Municipal de jovens

bancadas escolares

Este é um post convidado de André Ramos, professor de Educação Física, que se empenha muito por incentivar a participação na vida política.

Realizou-se, no passado dia 25 de Abril, a primeira  Assembleia Municipal de Jovens, no Salão Nobre da CM de Faro.
A Assembleia Municipal de Jovens foi organizada pelo Juvfaro (Conselho Municipal de Juventude do Município de Faro) e é um projeto dirigido às escolas - do ensino secundário e universitário - que pretende envolver os estudantes na vida do município, contribuindo assim para a sua formação cívica e dando-lhes a possibilidade de conhecer melhor as funções e o funcionamento dos órgãos autárquicos. Pretende-se contribuir para a criação de um espaço de debate e de aproximação entre os representantes eleitos e a população jovem, tornando possível o exercício da cidadania e a criação dos alicerces, no futuro, para uma maior participação na vida política da cidade.
A escola secundária de Pinheiro e Rosa foi representada pelos alunos Emanuel Noivo e Alexandre Mendes (10º B), Miguel Dionísio e Diogo Laranjo (11º D) e Catarina Bárbara (11ºF).  Estes alunos apresentaram propostas para responder à questão:

Como podemos melhorar Faro?

bancada_Pinheiro e Rosa

Eis as propostas apresentadas pelos alunos que representaram a Escola Secundária de Pinheiro e Rosa.

«1. Criação de um circuito escolar (do minibus).

O projeto “circuito escolar” pretende ajudar o transporte dos alunos para cada escola. O objetivo é criar dois tipos de circuitos diferentes para cada secundária. Os horários destes seriam pensados tendo em conta o horário escolar das escolas em questão. É necessário que este projeto seja levado a sério e bem pensado. Há alunos que para chegarem à Escola Pinheiro Rosa têm que esperar por autocarros de dois circuitos diferentes e estes não são seguidos. Por exemplo: quem mora junto ao Fórum, tem de apanhar um circuito para a Eva e outro para a escola. Com este “circuito escolar” os alunos apenas teriam de apanhar o autocarro da respectiva escola. Assim, mesmo que a paragem do autocarro ficasse a 5 minutos de casa, os alunos sabiam que aquele autocarro iria directo para a escola e chegaria a tempo das aulas. O ideal era que os horários de chegada à escola fossem planeados de modo a que os alunos chegassem à escola pelas 8.30, depois às 10.15, 11.50, 15.10 e, por fim, às 16.00 com o objetivo de trazer todos os alunos à escola e a tempo das aulas. No regresso, os autocarros partiam das escolas às 10.20, 13.40, às 18h e por fim às 18.40. Com estes horários todos os alunos teriam transporte garantido para a escola e para casa (os diretores de turma das várias escolas poderiam fazer um levantamento das necessidades dos alunos de cada turma).

É, de facto, necessário dotar a escola Secundária Pinheiro e Rosa com um melhor serviço de transportes públicos. Esta é, das escolas secundárias de Faro, aquela que tem pior localização e piores acessos. As outras secundárias estão ambas muito bem localizadas. Além disso, as duas outras secundárias sofreram obras da Parque Escolar e, por isso, a nossa escola sem melhores transportes não poderá concorrer em pé de igualdade com as outras. É de salientar que a implementação deste projeto faria muito mais gente optar pela nossa escola e seria uma forma justa de compensar a sua localização geográfica periférica.

2. Elaboração de um plano de evacuação para a cidade de Faro.

Não sabemos se existe ou não um plano como este para a nossa cidade. Pode até já existir, mas não temos conhecimento dele nem os habitantes da cidade. Portanto, caso já exista, precisa de ser amplamente divulgado. Se assim não for, precisa de ser criado, pois a cidade de Faro, devido à sua localização geográfica numa zona sísmica, pode estar sujeita a uma catástrofe a qualquer momento. Pensamos que a população deveria estar devidamente informada ou pelo menos ter a mínima noção do que deve fazer no caso de suceder um fenómeno como um sismo e/ou maremoto.

3. Promoção de espaços verdes e/ou zonas lúdicas.

Existe um sentimento geral, entre nós (jovens), de que em Faro existe pouco para fazer fora de casa e o que existe está mal explorado e divulgado. Espaços como o Skatepark deveriam existir com maior abundância na cidade. Já agora, é de referir que a iluminação do Skatepark não é, muitas vezes, accionada. Contudo, é ao fim da tarde ou mesmo à noite que muita gente tem tempo de passar um bom bocado neste local. Era necessário que existissem mais campos de futebol e basquetebol acessíveis às pessoas - zonas de lazer que as chamassem para fora de casa. Seria também desejável que houvesse uma maior dinamização do jardim da Alameda e do relvado junto ao Fórum Algarve. Para revitalizar a baixa de Faro, e em particular do comércio, seria muito importante criar um parque infantil, com aparelhos diversificados apropriados a crianças de diferentes faixas etárias. A existência de uma zona lúdica infantil levaria as famílias a procurarem muito mais a baixa e incentivaria o comércio.»

Um concerto diferente: música + filme

The Prophecy e Concerning Hobbits, de Howard Shore. A música de O Senhor dos Anéis num concerto em que os músicos tocaram acompanhando as imagens iniciais de A Irmandade do Anel (o primeiro filme da trilogia). Público felizardo, o de Sacramento! 

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A alegoria do Bom Governo

Este é um post convidado da minha colega Carla Faustino, professora de História.

Trata-se da análise histórica de uma pintura de Ambrogio Lorenzetti (séc. XIV), intitulada "Alegoria do Bom Governo". A escolha deste quadro deve-se ao facto de Carla Faustino considerar que ele se relaciona com a conjuntura em que vivemos e por ela pensar que "precisamos de governantes com virtudes!"

O esquema seguido na análise da obra pode ser consultado na nota (*) que se encontra no final deste post.

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Alegoria do Bom Governo (c. 1337-1340).

1. Quem produziu a obra? Quem é o Emissor?

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Ambrogio Lorenzetti (c. 1290 – 1348?), pintor de profissão, nascido na cidade de Siena (atual Itália).

2. Para quem? Quem é o Recetor?

Para a Junta dos Nove Governantes da cidade de Siena. Tratava-se de um grupo de banqueiros e comerciantes que tomou o poder em 1287 (ficou conhecida por “revolução comunal”) e que expulsou da cidade grande parte da nobreza. Após a conquista do poder, esta junta lançou um ambicioso programa de modernização da cidade, no qual se destacava a construção de um grande palácio, sede do novo poder comunal. Esta pintura encomendada a Lorenzetti foi pintada numa das paredes do novo palácio.

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3. Análise formal (CANAL)

Suporte: parede (pintura mural)

Técnicas específicas de aplicação: afresco

Consistia na aplicação de pigmentos de cor diluídos em água diretamente na parede enquanto a argamassa ainda está húmida. A imagem torna-se então parte integral da construção arquitetónica onde foi pintada.

4. Análise funcional (CÓDIGO)

Identificação do tema: profano (Alegoria do Bom Governo).

Descrição da pintura (abreviada).

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Lorenzetti coloca o rei virtuoso à direita do observador e representa-o como um velho barbudo. Vestido de preto-e-branco (as cores de Siena), ele simboliza tanto a cidade de Siena como o bem-estar público. O monarca apresenta um escudo, que simboliza o universo e a própria fé cristã. O Bom Governo ainda segura com a sua mão direita um cetro da justiça.

Acima do Bom Governo, três anjos coroados. Um anjo avermelhado representa a Caritas (Caridade), mas, segundo alguns especialistas, esta figura simboliza também o Amor à Pátria. Este anjo vermelho está rodeado por outros dois. Um, com feições masculinas e com uma cruz, simboliza a Fé e o outro, feminino, com longas tranças douradas é a Esperança.

Sentadas ao lado do Bom Governo estão as seis virtudes, representadas como rainhas coroadas. Elas apoiam o rei.

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À sua esquerda, a Magnanimidade, a Temperança (com uma ampulheta) e a Justiça (com uma espada numa das mãos, uma coroa e uma cabeça cortada no colo).

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À sua direita, de branco, a Paz, segura um ramo de oliveira, descansando, tranquilamente ociosa e recostada numa almofada, com outra aos seus pés. A seu lado encontra-se a Fortaleza, com um cetro na mão e um grande escudo protetor na outra, e a Prudência, mais velha, com rugas na face, aponta para a coroa que tem no colo. A Prudência guarda o trono. Todas as virtudes estão protegidas por cavaleiros armados com lanças.

Função: pedagógica e de propaganda

Na Idade Média a finalidade pedagógica era a primeira função da imagem. De facto, através do material artístico, o homem medieval entrava em contato com representações literárias acessíveis somente à minoria letrada. O fiel entrava em comunicação com o texto, invisível para ele (DUBY: 1997, 108).

O afresco de Lorenzetti personificava, tanto para os governantes de Siena como para o público que frequentava o Palácio Comunal, as virtudes (necessárias ao bom governo) e os vícios (que estes deveriam evitar) representados noutra pintura de Lorenzetti da mesma sala, designada de “Alegoria do Mau Governo”. Todos aprendiam pelas imagens.

Além de cumprir essa função, esta pintura enaltecia o poder sienense, representado nesta obra por 24 conselheiros, chefes das casas notáveis da cidade, que seguram uma longa corda que os une e que simboliza a amizade. Segundo o historiador George Duby, esta pintura realçava esse poder, dava-lhe visibilidade, justificava-o (DUBY: 1997, 16)

Qual a intencionalidade do pintor? (o que o autor pretendia com a obra).

Lorenzetti quer mostrar aos governantes o bom caminho? Criticá-los? Ele teria liberdade para isso? O historiador Georges Duby tenta encontrar uma resposta para esta questão:

“Alguns documentos esclarecem as relações entre quem faz a encomenda e quem a executa. São contratos lavrados em presença de tabelião. O artista compromete-se a respeitar fielmente as cláusulas que regulam não só os seus honorários, a qualidade dos materiais que irá utilizar, mas também o pormenor, a maneira de desenvolver o tema.” (DUBY: 1998, 106).

Por isso, esta é a mão do artista, guiada (e paga) por homens de Estado, conclui Duby. No entanto, há que ter em conta que a consciência individual dos artistas se afirma neste período e que por isso recusam ser considerados como meros artífices, executores, e exigem ser reconhecidos como parte determinante na criação da obra de arte.

Para finalizar…

fica aqui a “Alegoria do Mau Governo”, também pintada por Lorenzetti, para ser analisada … e desfrutada.

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Bibliografia:

- Costa, Ricardo da (2003), Um Espelho de Príncipes artístico e profano: a representação das virtudes do Bom Governo e os vícios do Mau Governo nos afrescos de Ambrogio Lorenzetti (c. 1290-1348?)in Utopía y Praxis Latinoamericana - Revista Internacional de Filosofìa Iberoamericana y Teoría Social, Maracaibo (Venezuela): Universidad del Zulia, vol. 8, n. 23, octubre de 2003, p. 55-71

- Janson, H.W., (1989) História da Arte, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.

(*) NOTA: A análise da pintura de Ambrogio Lorenzetti, a  "Alegoria do Bom Governo", foi realizada de acordo com o esquema seguinte.

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A corrupção em Portugal: dados de um estudo

Segundo uma notícia do jornal Público de ontem:

«O combate à corrupção em Portugal apresenta “resultados mais baixos do que seria de esperar para um país desenvolvido”, considera um relatório de uma organização não governamental que vai ser apresentado na segunda-feira.»

«O trabalho, inédito em Portugal, conclui que o combate à corrupção “está enfraquecido por uma série de deficiências” resultantes da “falta de uma estratégia nacional de combate a esta criminalidade complexa”.
“Nenhum Governo até hoje estabeleceu, objectivamente, uma política de combate à corrupção no seu programa eleitoral, limitando-se apenas a enumerar um conjunto de considerandos vagos e de intenções simbólicas”, acrescenta.
A ‘cunha’ e a troca de favores está “institucionalizada” entre “colegas do mesmo Governo”, conclui também o relatório do SNI.»

«O relatório português insere-se numa iniciativa da organização Transparency International, que se desenvolveu noutros 24 países europeus e que em Portugal foi realizado pela associação Transparência e Integridade, pelo centro Inteli-Inteligência e Inovação e pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.
Reflecte o tratamento dado a cerca de quatro dezenas de entrevistas a personalidades de diferentes sectores de actividades, que vão desde o Provedor de Justiça a magistrados, juízes, dirigentes de organismos estatais, professores universitários e jornalistas, entre outros."»

domingo, 6 de maio de 2012

Sem papas na língua

A minha colega Regina Jerónimo deu-me a conhecer um vídeo com uma entrevista à professora de Português, Maria do Carmo Vieira. Vale a pena ouvir.

Algumas das considerações que esta professora faz sobre o ensino da disciplina de Português aplicam-se, com algumas adaptações, à disciplina de Filosofia. Seria bom que mais professores em Portugal conseguissem falar com esta franqueza.

Voando até à lua

A fotografia foi copiada daqui.

«Na noite de 5 para 6 de maio, a Lua cheia estará maior e mais brilhante que o habitual", anuncia o Observatório Astronómico de Lisboa, que explica que a "super Lua" é "provocada pela ocorrência simultânea da fase de Lua cheia, com a Lua no perigeu (ponto da órbita da Lua, em que a esta se encontra mais próxima da Terra)."

Se as nuvens não atrapalharem a observação do fenómeno, a melhor altura para ver a "Super Lua" será pouco depois das 20h00.

A proximidade da Terra (aproximadamente de 357 mil quilómetros), fará com a Lua cheia pareça até 14% maior e 30% mais brilhante.»

Continuar a ler: AQUI.

Mais informações: AQUI.

Fly Me To The Moon by Diana Krall on Grooveshark

sábado, 5 de maio de 2012

Matriz do 5º Mini teste: turmas A, C e D do 10º ano

FILOSOFIA, 10ºANO / MATRIZ DO 5º MINI TESTE / 2011-2012

Duração: 30 minutos.

Temas: O problema da fundamentação da moral: a Ética Deontológica, de Kant, e o Utilitarismo de Stuart Mill.

Natureza das questões: questões de escolha de escolha múltipla, identificação de itens verdadeiros e falsos, construção de argumentos.

Objectivos:

1. Utilizar conhecimentos de Lógica anteriormente adquiridos.

2. Compreender em que consiste o problema da fundamentação da moral.

3. Compreender o que é, segundo Kant, o imperativo categórico.

4. Compreender a primeira fórmula (chamada fórmula da lei universal) do imperativo categórico.

5. Compreender a segunda fórmula (chamada fórmula da humanidade) do imperativo categórico.

6. Aplicar as duas fórmulas do imperativo categórico a casos concretos e determinar se a acão em causa é moralmente correta ou incorreta.

7. Compreender porque é que, para Kant, os deveres são absolutos.

8. Distinguir imperativo categórico e imperativo hipotético.

9. Distinguir ações contrárias ao dever, ações por dever e ações em conformidade ao dever (motivadas por sentimentos positivos e motivadas pelo interesse).

10. Compreender porque é que, para Kant, a intenção é que confere valor moral às ações.

11. Compreender as objeções à ética kantiana estudadas.

12. Compreender o que é, segundo Stuart Mill, o princípio da utilidade.

13. Compreender porque é que o Utilitarismo de Stuart Mil é uma ética consequencialista.

14. Compreender porque é que o Utilitarismo de Stuart Mil é uma ética hedonista.

15. Aplicar o princípio da utilidade a casos concretos e determinar se a ação em causa é moralmente correta ou incorreta.

16. Compreender porque é que, para o Utilitarismo de Stuart Mil, os deveres não são absolutos.

17. Compreender as objeções ao Utilitarismo de Stuart Mil estudadas.

Leituras:

Páginas indicadas do Manual nas aulas.

Posts indicados em: Links sobre Kant e Stuart Mill

Bom Trabalho.

O Professor: Carlos Pires

Uma visita de estudo da ESPR vista por um aluno

O meu aluno Samuel Camacho do 11º F - que gosta de fotografia e a quem eu muito agradeço - fez um vídeo com  fotos dos locais onde estivemos na visita de estudo do dia 2 de Março: Fundação Calouste Gulbenkian e Museu das Comunicações.

Para perceberem como o Samuel tem jeito para fotografar e bom gosto musical, vale a pena ver as fotografias e ouvir Mozart (1756-1791).  A música que ele escolheu é um dueto retirado da ópera Bastienne e Bastien (chama-se 'Geh! Herz von Flandern!' - scena VI) e nós, na visita de estudo, tivemos oportunidade de a ouvir ao vivo num concerto da orquestra da Fundação Calouste Gulbenkian.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Um inesperado contributo para compreender a avaliação dos professores

Um convite de Oppenheimer

Trata-se de um texto de Pedro Lomba (escrito no Público e depois publicado por Helena Damião no blogue De Rerum Natura) acerca de um surpreendente convite endereçado pelo físico Robert Oppenheimer ao crítico literário e ensaísta Georges Steiner.

Posso estar enganado, mas julgo que o interesse intelectual desse convite é independente do valor maior ou menor dos escritos de Georges Steiner.

Quanto ao título do post… Por razões relacionadas com o que escrevi aqui, duvido que muitas pessoas envolvidas na avaliação dos professores perceba sequer a relação entre as duas coisas.

Contudo, não duvido que percebam esta frase: o convidado precisaria “de ser submetido a um rosário de testes, informações, referências, opiniões, e acabaria se calhar por ser vetado por não ter perfil certo.”  Não duvido que percebam a frase nem que aprovem a prática, habituadas que estão a critérios feitos ad hominem para beneficiar X e prejudicar Y, de modo a que os perfis certos coincidam sempre com as pessoas certas - ou seja, com os amigos e colegas do mesmo clã.

George Steiner Robert Oppenheimer

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Filosofia da ciência: Hilary Putman

Até onde deve ir a liberdade de ensino?

Desidério Murcho e Luís Mendes travaram um interessante debate na caixa de comentários do post Os exames nacionais serão uma forma de totalitarismo?. Depois, Desidério Murcho respondeu a algumas objeções do Luís Mendes no blogue De Rerum Natura.

Vale a pena espreitar e – porque não? – comentar e tomar partido. O assunto é muito importante.

Até onde deve ir a liberdade de ensinar dos professores? Devem existir programas nacionais obrigatórios ou cada professor deve poder escolher de maneira inteiramente livre aquilo que ensina?

classroom sala de aula

quarta-feira, 2 de maio de 2012

O estado de direito

“A lei é o que nos separa do caos, o que nos protege da iniquidade, é o melhor esforço humano para perseguir a justiça. Sem o Estado de Direito não há Estado, há "Far West". A lei é o que defende do forte o fraco, nivela o poder do rico e do pobre, e mesmo que falhe na decisão entre o mal e o bem, é o que separa o certo do errado. E está escrito. Na lei. Na Constituição. Mesmo que seja inconveniente. Ou inoportuno.”

Citação retirada daqui (um artigo do jornalista Pedro Santos Guerreiro).

A morte do delfim

Em homenagem ao cineasta Fernando Lopes, o trailer de um dos meus filmes favoritos deste realizador: "O Delfim"(de 2002). Este filme é baseado no romance de José Cardoso Pires. Tanto o romance como o filme são imperdíveis.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Filosofia política: links

Caros alunos do 10º B, seguem-se vários links sobre filosofia política.

O primeiro deles é a ficha de trabalho que têm de resolver para a aula de sexta.

Críticas dos anarquistas à democracia: tópicos para o debate

Anarquismo e democracia

O anarquismo e as teorias contratualistas de Hobbes e Locke
O que é pior: a tirania ou a anarquia?
Anarquismo: a vida social é possível sem o estado
O estado é incompatível com a autonomia individual
Críticas de um anarquista à democracia
Que tipo de relação deve existir entre os cidadãos e o Estado?
O analfabeto político
A arte esquecida do debate democrático
Qual é afinal a democracia real e verdadeira?
Uma fotografia de Portugal
O que é a democracia?
O elogio de Péricles à democracia
Intolerância
O dilema do prisioneiro: as vantagens da cooperação
Quem passa primeiro?
Os líderes políticos, a preguiça e a obediência
A democracia pode estar a caminho de desaparecer?
A verdade prevalece?
Da vaidade das palavras
O estado de direito

As teorias contratualistas de Hobbes e Locke

Estudar filosofia política: imagens inspiradoras
Ficha de trabalho: Hobbes e Locke
Como manter o poder?
A estrada de Giges
O que pode acontecer na ausência do Estado? – Um exemplo (1)
O que pode acontecer na ausência do Estado? – Um exemplo (2)
Hobbes: O filósofo ou o tigre do Calvin?
As noções de “estado de natureza” e “contrato social” na perspectiva de Hobbes

Rawls

Uma experiência mental oportuna no actual contexto político
Citação muito actual, tendo em conta o estado da pátria
Sem a crença na justiça, não se valoriza a democracia
Qual é a ação correta?
Uma sociedade justa, segundo Rawls
Rawls e Nozick: o estado social versus o estado mínimo

Teste de avaliação (aplicado no ano passado) com questões sobre a teoria da justiça de Rawls.

5º teste de avaliação: 10º ano