No DIA MUNDIAL DA FILOSOFIA, lançámos aos alunos da escola e aos leitores deste blogue um desafio, ver AQUI:
A Filosofia está em todo o lado…dizem os alunos. Muitos explicaram como é que podemos responder aos problemas filosóficos propostos. Obrigada a todos!
Eis algumas das melhores opiniões:
Como deve uma sociedade organizar-se para que exista justiça social?
Na minha opinião, para que haja justiça social o Estado deverá ser interventivo, de forma a combater as desigualdades sociais; o sistema político terá que ser obrigatoriamente democrático e ainda proponho a criação de uma aliança global promotora desta justiça.
De forma a ilustrar o meu ponto de vista, irei construir a minha argumentação com base no cartoon encontrado no seguinte link: http://thewireless.co.nz/articles/the-pencilsword-on-a-plate. Analisando este cartoon, é possível observar dois caminhos de vida distintos, estando patente a influência que o meio de nascimento tem no futuro de cada um de nós. Ora, para que exista justiça social a importância do meio de nascimento para o nosso futuro deverá ser diminuta, garantindo assim a igualdade de oportunidades.
Assim, coloca-se a seguinte questão: Como garantir a igualdade de oportunidades? Creio que, de modo a garantir esta igualdade de oportunidades dever-se-à recorrer à criação de sistemas nacionais de saúde; educação e de apoio social, entre outros que deverão ser sustentados pelo dinheiro dos contribuintes, sendo que os mais ricos deverão pagar mais do que os mais pobres, de forma a que as assimetrias sociais sejam corrigidas, assegurando assim uma maior igualdade de oportunidades, dado que todos passam a ter acesso à satisfação de necessidades básicas. Sendo assim, acho que a educação deveria ser gratuita, inclusive o ensino superior, desta forma a Paula não teria que se preocupar com o pagamento das suas propinas; e que deveria ser garantido a todos os cidadãos independentemente da sua condição um rendimento mínimo, de forma a evitar a pobreza e a mendicidade. Creio ainda ser importante a reforma do sistema prisional, que em vez de focar-se no castigo e punição, dever-se-ia focar na educação e reintegração dos prisioneiros na sociedade e na resolução dos problemas que afetam os sentenciados. Assim, através destas medidas, promovidas por um Estado interventivo talvez a Paula estivesse na situação à qual chegou o Richard (sem grande esforço).
De seguida, penso que a justiça social só tem lugar num Estado democrático, livre, assente na igualdade perante a lei; na divisão tripartida dos poderes e defesa dos direitos humanos, uma vez que se não formos iguais perante a lei, então não existirá alguma vez igualdade de oportunidades e, muito menos, justiça social.
Por fim, julgo que para existir verdadeira justiça social, esta não poderá ser limitada às fronteiras de meia-dúzia de países, dado que se houver justiça social, mas o acesso a esta estiver limitada a apenas algumas pessoas que tiveram a sorte de nascer em determinado país, o meio de nascimento continuaria a determinar o futuro de cada um de nós. Assim, creio que seja importante a criação de uma aliança global, à semelhança das Nações Unidas, que tenha como principal objetivo a homogeneização das oportunidades dadas aos cidadãos, não só de determinado país, mas entre países. Creio que, depois de um período de adaptação em que esta homogeneização fosse conseguida, dever-se-iam abrir as fronteiras, à semelhança do que acontece atualmente na UE.
Concluindo, sou da opinião de que assentando nestes três pilares fundamentais - um Estado interventivo, dedicado a garantir a igualdade de oportunidades, um Estado democrático e a criação de um órgão mundial, responsável pela promoção da justiça social - seria possível a existência de um Mundo verdadeiramente justo, no qual a Paula e o Richard teriam as mesmas oportunidades, sendo apenas assim garantido um desenvolvimento efetivo, em que as qualidades de cada um de nós saem reforçadas, por termos todos as mesmas oportunidades de desenvolvê-las.
João Janeiro, nº12, 11º 8
A banda desenhada referida no texto anterior pode ser lida neste blogue:
Desigualdade social: a história de Richard e Paula (1)
Desigualdade social: a história de Richard e Paula (2)
Outras opiniões dos alunos:
1 comentário:
A melhor prenda de Natal de uma vida! Obrigado João, já valeu a pena andarmos por aí, atentos.
Abraço do Avo Raul
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