Para os meus alunos do 11º ano.
Eis dois exemplos - verídicos! - que demonstram como é importante estudar o problema filosófico da demarcação, isto é: saber qual é o critério que nos permite distinguir uma teoria científica de uma teoria não científica.
Exemplo 1
"Os funcionários do parlamento convidaram a Alexandra Solnado para falar de vidas passadas numas jornadas da saúde. Francamente incomoda-me. Mesmo sabendo que nada disto tem a ver com a actividade dos nossos parlamentares, incomoda-me que pela circunstância absolutamente casual de quem organiza essas jornadas da saúde não ter qualquer vestígio de cultura científica, Alexandra Solnado ficar com uma fotografia com que irá alegar que a casa da democracia reconhece a validade dos seus delírios.
Uma instituição como o parlamento, deveria ter algum bom senso. Por um lado, para não cair no ridículo. Por outro, para não municiar de argumentos de autoridade estas alegações delirantes de vidas passadas e conversas com Jesus. Como diz o Ricardo Araújo Pereira neste vídeo: "eu falei com o Jesus Cristo e ele disse-me que nunca falou com a Alexandra Solnado".
David Marçal
Informação retirada do blogue Rerum Natura, ver AQUI.
Exemplo 2
"(...) vejo o anúncio de bolsas de investigação científica para 2014/2015 proporcionadas por uma fundação ligada à indústria farmacêutica.
O anúncio é normal, o regulamento comum, e até se faz a exigência de redacção em inglês... Apenas uma coisa destoa (quer dizer, parece-me destoar, sei lá as voltas epistemológicas que as coisas dão sem eu dar conta...): a investigação científica digna de subsídio é em... parapsicologia!"
Maria Helena Damião
Informação retirada do blogue Rerum Natura, ver AQUI.
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