quarta-feira, 9 de maio de 2012

O estado é incompatível com a autonomia individual

“A marca distintiva do estado é a autoridade, o direito de governar. A primeira obrigação do homem é a autonomia, a recusa de ser governado. Parece, pois, que não pode haver qualquer resolução para o conflito entre a autonomia do indivíduo e a hipotética autoridade do estado. Na medida em que um homem cumpra a sua obrigação de fazer de si o autor das suas decisões, irá resistir à pretensão do estado a ter autoridade sobre ele. Ou seja, irá negar que tenha um dever de obedecer às leis do estado simplesmente por serem leis. Nesse sentido, parece que o anarquismo é a única doutrina consistente com a virtude da autonomia.”

Robert Paul Wolff, Em Defesa do Anarquismo (in Textos e Problemas de Filosofia, organização de Aires Almeida e Desidério Murcho, Plátano Editora, Lisboa, 2006, pág. 97).

anarquia

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu penseo que o problema está na confusão dos termos. Efectivamente, proponho a distinção de dois vocábulos: Autonomia e Independência.
Para melhor percebermos o alcance de ambas as realidades, podemos lançar o olhar para uma realidade próxima: a nossa situação política que, embora infeliz, é coerente com os termos:
- Autonomia: A Região dos Açores ou Madeira são autónomas. Ou seja, exercem a sua liberdade na responsabilidade que advém do cumprimento de leis superiores.
- Independência: Portugal é um estado Independente nas suas leis e governa de forma própria o seu Estado. Isto, desde que respeite as várias independecias que subsistem aos eu redor e cumpra com os planos de cooperação que estabeleu de forma livre.

Ora, em qualquer um dos termos, fica perceptivel uma ideia: A Liberdade é exercida na responsabilidade para com outra autoridade superior ou perante autoridades iguais. Não estar dependente de ninguém não respeita a liberdade pessoal.... é um caminho de LIBERTINAGEM...

Também com a Pessoa é assim... A sua autonomia deve ser exercida na responsabilidade comunitária porque é um ser-para-os-outros e não para-si-só.

N.R.