quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O que não se deve perguntar num teste de diagnóstico

o valor do conhecimento

Cartoon de Randy Glasbergen, retirado do blogue Today’s Cartoon.

A razão pela qual esta pergunta não deve ser feita num teste de Filosofia, nomeadamente no teste de diagnóstico, não é apenas o facto de incidir num assunto matemático e não filosófico.

2 comentários:

David Canário disse...

Com certeza o professor (do cartoon) não espera que os seus alunos encontrem dificuldades na resolução desse problema. No entanto, acho que o mais espantoso será para os alunos a escolha "C" do teste, pois na matemática não existe "who cares" nem "mais ou menos" nem coisa parecida. Trata-se de uma ciência exacta e apenas admite duas possibilidades: verdadeiro ou falso.

Descobri, ao longo dos dois anos que passaram, que o estudo da Filosofia não incide sobre questões de álgebra ou geometria (seguindo o exemplo do cartoon) mas sobre assuntos mais profundos, interessantes e, arriscaria ainda (mesmo não conhecendo na totalidade as duas faces da moeda) complicados.

As escolhas que faço já não são tão levianas como as de antigamente. Agora tenho por hábito reflectir e tentar deslindar tudo aquilo que ouço e vejo à minha volta. Não me considero um "funil de informação" perfeito que só deixe passar a tão desejada verdade, mas, tal como o Prisioneiro da Alegoria teve de se habituar à luz ofuscante do exterior da Caverna, também eu terei de amadurecer.
Devo à Filosofia e claro, às aulas de Filosofia que assisti, este meu novo espírito inquisidor e desconfiado que já aqui estava mas não tão calibrado.
Tenciono continuar a aprender Filosofia pelos meus meios e melhorar as minhas capacidades argumentativas e utilizá-la não só como meio de introspecção mas também (através da retórica) uma ferramenta útil na vida social.

Uma última nota: concordo com o professor nesse comentário abaixo do cartoon. É do senso comum que é impossível melhorar se a fasquia não for elevada e o facilitismo só trás ignorância.

O seu aluno,
David.

Carlos Pires disse...

David:

Obrigado pelas suas palavras.
Para mim foi gratificante ter um aluno inteligente, interessado e argumentativo como o David. Espero que mantenha essa atitude pela vida fora, nomeadamente na Universidade e na vida profissional.
Ainda bem que percebeu que a filosofia pode ser útil. Faz também bem em se dispor a continuar a aprender Filosofia pelos seus meios.
Não sei se isso será socialmente vantajoso - :), mas será pelo menos benéfico para a sua compreensão do mundo e de si próprio. Se a sua futura actividade profissional tiver alguma dimensão científica a reflexão filosófica também será vantajosa.
Mas, para já: Boa sorte para o 12º!