«Numa nota autobiográfica a que chamou “oração fúnebre”, o próprio David Hume escreveu o seguinte: “Fui um homem de disposições moderadas, de temperamento controlado, com um humor aberto, social e alegre, capaz de vínculos, mas pouco suscetível a inimizades, e de grande moderação em todas as minhas paixões. Mesmo o meu amor pela fama literária, a minha paixão dominante, nunca azedou o meu temperamento, apesar dos meus frequentes desapontamentos.” Este autorretrato é o que seria de esperar de alguém que disse que gostaria de ter sido encorajado a ler Cícero, em vez das Escrituras, quando era jovem; e é um autorretrato cujo rigor é confirmado por tudo o que os outros disseram dele.»
A. C. Grayling, Uma História da Filosofia, Edições 70, Lisboa, 2020, pág. 285.
Pintura: retrato de David Hume da autoria de Louis Carrogis Carmontelle.
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