Imagine uma sociedade que, em nome da igualdade, obrigasse os cidadãos mais rápidos a usar pesos que impediam que a sua velocidade superasse a dos outros. Imagine também que os cidadãos mais inteligentes eram obrigados a ouvir permanentemente um ruído perturbador que os impedia de ser mais perspicazes que os outros. Talvez não fosse uma sociedade boa para viver.
O escritor norte-americano Kurt Vonnegut descreveu uma sociedade desse género no conto Harrison Bergeron. Pode lê-lo, traduzido por Desidério Murcho, na revista Crítica: Harrison Bergeron. Começa assim:
“Era o ano 2081, e toda a gente era finalmente igual. Não apenas perante Deus e a lei. Igual em todos os aspectos. Ninguém era mais inteligente. Ninguém era mais bem parecido. Ninguém era mais forte ou rápido. Toda esta igualdade era devida às 211.ª, 212.ª e 213.ª emendas constitucionais, e à vigilância incessante dos agentes da Direcção-Geral Incapacitante dos Estados Unidos.”
Com base no conto foi feito um filme. O conto é muito melhor que o filme, mas mesmo assim não é tempo perdido vê-lo depois de ter lido o conto.
1 comentário:
Pelo que compreendo de preterível na igualdade seria a igualdade de direitos individuais ante a diversidade, mas isto é uma deturpação demagógico. Conheço gente que faria as mesmas coisas para o oposto, os abismos sociais e manter assim sua "superioridade" elitista.
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