FESTA ALEGÓRICA
O bobo do imperador Maximiliano
organizou uma festa alegórica
que o povo e a corte de soberano à frente
saborearam em grandes gargalhadas:
juntou na praça todo o cego pobre,
prendeu a um poste um porco muito gordo,
e anunciou ganhar o dito porco aquele
que à paulada o matasse. Os cegos todos
a varapau se esmocaram uns aos outros,
sem acertar no porco por serem cegos,
mas uns nos outros por humanos serem.
A festa acabou numa sangueira total:
porém havia muito tempo que o imperador
e a corte e o povo não se riam tanto.
O bobo, esse tinha por dever bem pago
o fabricar as piadas para fazer rir.
Jorge de Sena, 40 Anos de Servidão.
“O Bobo da Corte Sebastián de Morra”, de Velásquez.
4 comentários:
Muito bom,o mundo con tinua cheio de lideres similares ao da história. Sonia maria Goes
Brutal este Poema do Jorge de Sena ...
Luis
Um Poema Brutal ....
:)
Luis
É o que se passa neste mundo. Onde todos somos cegos, geridos por bobos(governos e políticos)), para gáudio da grande finança e economia (bancos, etc).
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