quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Reencontrar o passado no presente

Fundação Calouste Gulbenkian

Na apresentação pública para as escolas do programa Descobrir foram exemplificadas algumas das atividades disponíveis para os alunos. Numa delas, "Como interpretar uma obra de arte", a guia selecionou obras do Museu Calouste Gulbenkian da primeira sala, respeitante à arte grega e egípcia, e explicou:

«Nesta sala são raros os visitantes que olham para esta coleção de moedas. É verdade, por estranho que pareça, as pessoas não gostam de olhar para as moedas antigas, preferem outros objetos. Mas encontra-se aqui a primeira peça com que foi iniciada esta coleção: uma moeda grega do século V a.C. em que está representado um homem num carro, puxado por quatro cavalos, a ser coroado pela deusa grega Nike ou Niké.

Eu costumo perguntar aos alunos: - Sabem quem foi esta deusa grega?

E eles, invariavelmente, dizem que não. Então, eu peço-lhes: - Olhem para os vossos pés e dos vossos colegas, ela está lá!

A marca "Nike" nos pés de alguns de vos, é inspirada nesta deusa grega (cujo nome significa vitória). Como veem o passado pode estar nas mais estranhas coisas do presente.

Além disso, se olharem para o símbolo da fundação lá está, de novo, o desenho desta moeda. Os quatro cavalos simbolizam as quatro áreas de intervenção da fundação: Arte, Ciência, Cultura e Beneficiência.»

2 comentários:

teresa disse...

Boa estratégia para uma sociedade de consumo e a aplicar entre alunos adolescentes. Pontualmente a ela recorro através do exemplo do 'Clio' (Renault) para explicar narrativas literárias que, no tempo, são tecidas e entretecidas e asseguro que surte efeito.

Sara Raposo disse...

Teresa,
Obrigada pelo comentário. Concordo consigo: é necessário utilizarmos estratégias que interpelem as vivências dos alunos e os façam elevar-se um pouco acima de uma certeza pobreza mental em que a maior parte deles vive. Educar é, julgo eu, oferecer meios para "abrir a mente a horizontes diferentes". É claro que dá trabalho e implica esforço, mas o que se ganha no final é o que de mais precioso temos: o conhecimento.
Cumprimentos.