Na apresentação pública para as escolas do programa Descobrir foram exemplificadas algumas das atividades disponíveis para os alunos. Numa delas, "Como interpretar uma obra de arte", a guia selecionou obras do Museu Calouste Gulbenkian da primeira sala, respeitante à arte grega e egípcia, e explicou:
«Nesta sala são raros os visitantes que olham para esta coleção de moedas. É verdade, por estranho que pareça, as pessoas não gostam de olhar para as moedas antigas, preferem outros objetos. Mas encontra-se aqui a primeira peça com que foi iniciada esta coleção: uma moeda grega do século V a.C. em que está representado um homem num carro, puxado por quatro cavalos, a ser coroado pela deusa grega Nike ou Niké.
Eu costumo perguntar aos alunos: - Sabem quem foi esta deusa grega?
E eles, invariavelmente, dizem que não. Então, eu peço-lhes: - Olhem para os vossos pés e dos vossos colegas, ela está lá!
A marca "Nike" nos pés de alguns de vos, é inspirada nesta deusa grega (cujo nome significa vitória). Como veem o passado pode estar nas mais estranhas coisas do presente.
Além disso, se olharem para o símbolo da fundação lá está, de novo, o desenho desta moeda. Os quatro cavalos simbolizam as quatro áreas de intervenção da fundação: Arte, Ciência, Cultura e Beneficiência.»
2 comentários:
Boa estratégia para uma sociedade de consumo e a aplicar entre alunos adolescentes. Pontualmente a ela recorro através do exemplo do 'Clio' (Renault) para explicar narrativas literárias que, no tempo, são tecidas e entretecidas e asseguro que surte efeito.
Teresa,
Obrigada pelo comentário. Concordo consigo: é necessário utilizarmos estratégias que interpelem as vivências dos alunos e os façam elevar-se um pouco acima de uma certeza pobreza mental em que a maior parte deles vive. Educar é, julgo eu, oferecer meios para "abrir a mente a horizontes diferentes". É claro que dá trabalho e implica esforço, mas o que se ganha no final é o que de mais precioso temos: o conhecimento.
Cumprimentos.
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