Causou escândalo o problema de física, incluído num manual escolar para o 9º ano, cujo enunciado colocava um rapaz a atirar um gato de uma altura de cinco metros. Ricardo Araújo Pereira, na Mixórdia de Temáticas do dia 22 de maio de 2015, brincou com a situação e sugeriu que a motivação dos autores era atrair um certo tipo de alunos que geralmente não se interessam pelas matérias estudadas na escola.
O que não tem sido referido na polémica que se gerou à volta desse enunciado é que a sua novidade reside apenas na crueldade para com os animais. O que não falta em Portugal são manuais que, na tentativa de ser motivantes para quem não gosta de estudar, usam e abusam de recursos ridículos e sem qualquer valor cognitivo, mas supostamente apelativos. Textos de telenovelas e de revistas para adolescentes, regulamentos de concursos, os signos do zodíaco, etc. A banalização da crueldade para com os animais feita pelo enunciado do gato é lamentável, mas este ao menos apresenta de forma rigorosa um problema relevante da física, o que não se pode dizer de muitos outros casos de recursos mal escolhidos, cujo conteúdo intelectual geralmente se aproxima do zero.
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