tag:blogger.com,1999:blog-4059373590463169148.post7446574974250307349..comments2024-03-14T12:08:04.249+00:00Comments on Dúvida Metódica: Cecília e Sophia: ainda a propósito do Dia Mundial da PoesiaSara Raposohttp://www.blogger.com/profile/10011687367377462354noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-4059373590463169148.post-85758925067807963752012-11-04T23:13:02.480+00:002012-11-04T23:13:02.480+00:00Estou a cair lentamente aos pedaços
sou como um es...Estou a cair lentamente aos pedaços<br />sou como um espelho que apenas reflectia o que via.<br />As minhas boas razões foram perdidas<br />O vento suprou-as para uma terra distante<br /><br />Com um sorriso partido,<br />coração desfeito, passado distorçido,<br />hoje diferente daquilo que era suposto ser<br />Já não consigo nem a minha expressão descrever<br /><br />Perdi a noite, o céu e o chão<br />e a lenta madrugada<br />A manhã é sombria e o dia frio<br />Não consigo ver o mundo com outros olhos<br />Já nem eu própria consigo ser.<br /><br />Diana<br /><br />Prefiro o poema de Florbela Espanca, uma incrível poetisa, mas o seu poema lembrou-me de um meu que o tinha escrito, num passado distante, quase perdido... Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4059373590463169148.post-45817192095597163892012-03-22T14:27:05.060+00:002012-03-22T14:27:05.060+00:00André,
Agradeço-lhe muito o envio do poema, que n...André,<br /><br />Agradeço-lhe muito o envio do poema, que não conhecia.<br /><br />Cumprimentos.Sara Raposohttps://www.blogger.com/profile/10011687367377462354noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4059373590463169148.post-18390441927528250202012-03-22T01:18:26.717+00:002012-03-22T01:18:26.717+00:00Pois a mim lembra-me deste:
O Poema Pouco Original...Pois a mim lembra-me deste:<br />O Poema Pouco Original do Medo<br /> <br />O medo vai ter tudo<br />pernas<br />ambulâncias<br />e o luxo blindado<br />de alguns automóveis<br /> <br />Vai ter olhos onde ninguém os veja<br />mãozinhas cautelosas<br />enredos quase inocentes <br />ouvidos não só nas paredes <br />mas também no chão <br />no tecto<br />no murmúrio dos esgotos <br />e talvez até (cautela!) <br />ouvidos nos teus ouvidos<br /> <br />O medo vai ter tudo <br />fantasmas na ópera<br />sessões contínuas de espiritismo<br />milagres<br />cortejos<br />frases corajosas<br />meninas exemplares<br />seguras casas de penhor<br />maliciosas casas de passe<br />conferências várias<br />congressos muitos<br />óptimos empregos<br />poemas originais<br />e poemas como este<br />projectos altamente porcos <br />heróis<br />(o medo vai ter heróis!) <br />costureiras reais e irreais <br />operários<br /> (assim assim)<br />escriturários<br /> (muitos)<br />intelectuais<br /> (o que se sabe) <br />a tua voz talvez <br />talvez a minha <br />com certeza a deles<br /> <br />Vai ter capitais<br />países<br />suspeitas como toda a gente<br />muitíssimos amigos<br />beijos<br />namorados esverdeados<br />amantes silenciosos<br />ardentes<br />e angustiados<br /> <br />Ah o medo vai ter tudo <br />tudo<br /> <br />(Penso no que o medo vai ter <br />e tenho medo <br />que é justamente <br />o que o medo quer)<br /> <br /> *<br />O medo vai ter tudo <br />quase tudo <br />e cada um por seu caminho <br />havemos todos de chegar <br />quase todos <br />a ratos<br /> <br />Sim<br />a ratos<br /><br />in "Alexandre O'Neill - Poesias Completas 1951/1983”Anonymousnoreply@blogger.com