sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

As praxes são uma negação do que a Universidade deve ser

praxe 1 

As praxes académicas pretendem ser rituais de iniciação e visam – diz-se – facilitar a integração dos novos alunos na Universidade.

Há muitos rituais de iniciação do mundo. Por exemplo: os rituais destinados a assinalar a entrada na idade adulta são muito frequentes.

A natureza desses rituais depende geralmente do estilo de vida do povo em causa e do sexo da pessoa iniciada, pois as provas incluídas nas cerimónias pretendem ser uma preparação para a vida e uma ocasião para o iniciado demonstrar as suas qualidades. Por isso, quando se trata de um povo guerreiro (ou então um povo cuja sobrevivência depende de atividades, como a caça e a pesca, cujo exercício requer coragem, força e resistência) as provas exigidas aos iniciados são normalmente violentas e dolorosas. Quando as atividades predominantes numa sociedade são mais “pacíficas”, como a agricultura, os rituais são normalmente menos violentos e menos exigentes.

Contudo, a natureza da maioria das praxes académicas realizadas em Portugal nada tem a ver com a vida de estudante universitário nem com o curso escolhido por cada estudante, uma vez que envolvem quase sempre bebedeiras e brincadeiras humilhantes e estúpidas (é a palavra). Qual é a relação entre o estudo universitário e cantar canções ordinárias, simular posições sexuais e rastejar em cima de tomates podres enquanto alguém atira ovos ou tinta para o cabelo e para a roupa? De que modo é que isso contribui para a integração do caloiro?

Essas praxes expressam conformismo, falta de autonomia, ignorância e valores reles (submissão, hierarquia arbitrária…) – tudo coisas contrárias ao que habitualmente se espera da Universidade. Como é que a humilhação pode ajudar alguém a integrar-se realmente numa instituição que visa promover o conhecimento e a autonomia intelectual? As praxes são uma negação do que a Universidade deve ser.

Isso não significa que todos os praxados sejam pessoas conformistas nem que todos os praxadores sejam pessoas ignorantes e abusadoras. Uns são e outros não. O que se passa é que, quando algo se torna uma “moda” social ou uma tradição, muitas pessoas a seguem mesmo que não esteja de acordo com a sua personalidade. Seguem a tradição porque é… tradição.

O facto de pessoas que não gostam de ser humilhadas e de pessoas que não gostam de humilhar se prestarem a fazê-lo, mesmo que noutras áreas da sua vida nunca o façam, mostra que não se trata de algo inevitável e ao qual só nos resta resignar. Essas pessoas podem ser persuadidas de que é uma tradição errada e que ser humilhado e humilhar não é de modo nenhum uma condição necessária para poder usufruir das muitas coisas boas da vida universitária, incluindo o convívio e a amizade entre os universitários.

Espero que a atenção que tem sido dedicada às praxes universitárias por causa do que aconteceu na praia do Meco seja uma oportunidade para essa persuasão ocorrer. As praxes deviam acabar e a melhor maneira de o conseguir seria os estudantes deixarem de as fazer.

(Acerca de rituais de iniciação: O que são ritos de passagem?)

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Para saber mais sobre o Holocausto

"Homicídio metódico de grande número de pessoas, especialmente judeus e outras minorias étnicas, executado pelos regime nazi durante a Segunda Guerra Mundial. (Geralmente com inicial maiúscula.)"

in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/DLPO/Holocausto [consultado em 06-01-2014].

Para saber mais sobre o Holocausto, ver AQUI.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Dia da Recordação do Holocausto

Hoje, 27 de janeiro, é o Dia Internacional de Recordação do Holocausto. E nas aulas de filosofia do 10 º ano andamos a discutir se a ética é ou não objetiva, pelo que alguns dos exemplos terão uma atualidade muito vincada. 


 

Cultura e diversidade cultural

Percebem-se melhor as ideias defendidas pelo Relativismo Cultural  se se conhecer o conceito de cultura e alguns exemplos de diversidade cultural.

O que é a cultura?

 A diversidade do vestuário

Capacidade de adaptação

 O que vamos almoçar: larvas ou sardinhas?







domingo, 26 de janeiro de 2014

O contrário do que a filosofia deve ser

Aliás, não é apenas o contrário do que a filosofia deve ser, mas o contrário do que qualquer investigação racional deve ser.

O que não impede, naturalmente, O Principezinho de ser um livro belo e merecidamente muito apreciado.

não desobedecer ao mistério o contrário da filosofia

Matriz do 3º teste de avaliação (turmas D e E)

2013-14 11º Matriz do 3º teste by dmetódica

Links de apoio ao estudo dos diversos temas:

A – Filosofia, retórica e democracia.

A democracia ateniense

Retórica e democracia: esquema

Sofista ou surfista?

Sobre o poder da retórica

Defender a objetividade não significa que se seja dogmático

O que é a democracia?

Meios de persuasão

Ethos, logos, pathos

Ethos, Logos, Pathos & pizza

B – Descrição e interpretação da atividade cognitiva

1. Algumas relações entre os vários tipos de conhecimento

2. O conhecimento por contacto facilita as cunhas.

3. Ficha de trabalho: identificação dos diferentes tipos de conhecimento

4. O carácter factivo do conhecimento

5. O tempo até pode ser relativo, mas a verdade não

6. Informação “útil” para adolescentes sobre a hora de deitar

7. Uma crença pode ser útil mas falsa

8. Previsão certeira de sismo em Itália: crença verdadeira, mas não justificada

10. Obviamente!

11. O Deco não percebe nada de Epistemologia

12. Dois contra-exemplos à chamada definição tradicional de conhecimento

C – O problema da possibilidade do conhecimento: o ponto de vista dos céticos

Algumas imagens que nos levam a duvidar dos nossos olhos e o cepticismo radical.

O argumento céptico da regressão infinita da justificação: um exemplo.

O argumento céptico da divergência de opiniões.

Uma objecção ao argumento céptico dos erros e ilusões perceptivas.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Existirmos: a que será que se destina?

Onde está o mal?

“Imagine-se qualquer ação reconhecidamente viciosa [ou seja, errada]: homicídio voluntário, por exemplo. Examinemo-la sob todas as perspetivas, e vejamos se conseguimos encontrar esse facto ou realidade que chamamos vício. (…) Nunca conseguimos descobri-lo até voltarmos a reflexão para nós mesmos e descobrirmos um sentimento de reprovação, que nasce em nós, perante essa ação.”

David Hume, Tratado da Natureza Humana

(citado por James Rachels, Elementos de Filosofia Moral, Gradiva, Lisboa, 2004, pág. 55).

Suspected Pakistani infiltrators bayoneted by Kaderia Bahini guerrillas during the Bangladesh Liberation War, 1971

Na fotografia, datada de 1971: membro de um grupo de guerrilha favorável à independência do Bangladesh mata com golpes de baioneta homens suspeitos de serem paquistaneses infiltrados.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Parlamento dos jovens: os resultados eleitorais e a sessão escolar

 

 

No dia 15 de Janeiro, no auditório da escola, teve lugar um interessante e concorrido debate entre os elementos das listas A, B e C. os moderadores foram os alunos da Associação de estudantes da ESPR, Alexandre Mendes e Beatriz Chumbinho.

Após as eleições, os resultados obtidos foram os seguintes:

Alunos inscritos: 470

Número de votantes: 212

Votos brancos: 2

Votos nulos: 3

Lista A: 40 votos

Lista B: 107 votos

Lista C: 60 votos

Este apuramento final conduziu à eleição dos dez elementos que compunham a lista B (alunos do 12º C e B):

-Rita Cuña

- Sara Penaguião

- Sofia Santos

-Ana Teresa Rodrigues

- Cátia Sofia Reis Silva

- Rafael Fonseca

- Fábio Gonçalves

- Miguel Gonçalves

- Filipe Jesus

- Sofia Isabel Alves Cabrita

Oito primeiros elementos da Lista C (alunos do 11º B e D)

- Leonardo Correia

- Rita Mendonça

- Filipa Manuel

- Corneliu Chitanu

- Catarina Gomes

- Marta Liber

- Matheus Oliveira

- Carlos Miguel

E os cinco primeiros constantes na Lista A (alunos do 11º D e E):

- Miguel Rodrigues

- Catalina Borozan

- Diana Todica

- Mariana Guerreiro

- Catarina Sofia

Na próxima quarta-feira (22 de Janeiro) terá lugar, no auditório da escola, pelas 14.30, a sessão escolar, cujo regulamento pode ser lido AQUI.

Nesta sessão escolar terá lugar:

- A eleição dos 4 deputados (por voto secreto) à sessão distrital;

- A aprovação do projeto de recomendação da escola para a sessão distrital;

- A eleição de um candidato à presidência da sessão distrital;

- A proposta de um tema para ser debatido no “Parlamento dos jovens” do próximo ano letivo.

Endereços das páginas do Facebook, criadas pelos alunos durante a campanha, onde podem ser lidas as medidas propostas por cada lista:

https://www.facebook.com/listaApinheiroerosa?fref=ts

https://www.facebook.com/parlamentolistabpinheiro

https://www.facebook.com/listacespr

Um grande obrigada a todos pelo vosso entusiasmo e empenho! Assim talvez Portugal tenha futuro...

As professoras coordenadoras do projeto: Conceição Santos e Sara Raposo.

Aprender e debater política com a deputada Rita Rato

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No âmbito do projecto "Parlamento dos jovens" realizou-se, no dia 6 de Janeiro no auditório da escola, uma sessão de esclarecimento, seguida de um debate, sobre o tema: "Crise demográfica - emigração, natalidade e envelhecimento". Contou com a presença da deputada Rita Rato e dos alunos das turmas: 10º C, 11º B, D e E e 12º C.

A deputada começou esclarecer algumas das regras gerais relacionadas com o funcionamento do parlamento. Seguidamente, apresentou os dados existentes sobre o problema em debate e esclareceu - de forma simples, clara e com exemplos pertinentes - algumas ideias políticos fundamentais.

Após a exposição inicial, abriu-se espaço para as questões. Os alunos, contrariando a ideia habitual que os jovens não se interessam pela política, foram bastante interventivos.

Um obrigada à deputada Rita Rato, aos alunos e professores presentes.

As professoras coordenadoras do projeto: Conceição Santos e Sara Raposo.

O que é o conhecimento? -Textos, exemplos e exercícios

Alguns dos textos disponíveis no Dúvida Metódica sobre a teoria do conhecimento.

1. Algumas relações entre os vários tipos de conhecimento

2. O conhecimento por contacto facilita as cunhas.

3. Ficha de trabalho: identificação dos diferentes tipos de conhecimento

4. O carácter factivo do conhecimento

5. O tempo até pode ser relativo, mas a verdade não

6. Informação “útil” para adolescentes sobre a hora de deitar

7. Uma crença pode ser útil mas falsa

8. Previsão certeira de sismo em Itália: crença verdadeira, mas não justificada

9. Crenças

10. Obviamente!

11. O Deco não percebe nada de Epistemologia

12. Dois contra-exemplos à chamada definição tradicional de conhecimento

sábado, 11 de janeiro de 2014

Confiança

"Não temos tanta necessidade da ajuda dos amigos quanto da certeza da sua ajuda."

Epicuro

 

Crianças afegãs brincam com pistolas de imitação em Jalalabad

Na fotografia (cujo autor desconheço): Crianças afegãs brincam com pistolas de imitação, em Jalalabad.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Matriz do 3º mini teste: turmas B e C do 10º ano

O problema do livre-arbítrio

Ao estudar para o mini teste tenha em conta estas questões:

 

1.   Qual é o problema do livre-arbítrio?

2.   Que teses defende o Determinismo Radical?

3.   Que argumentos tem o Determinismo Radical?

4.   Que objeções se podem fazer ao Determinismo Radical?

5.   Que teses defende o Libertismo?

6.   Que argumentos tem o Libertismo?

7.   Que objeções se podem fazer ao Libertismo?

8.   Que teses defende o Determinismo Moderado?

9.   Que argumentos tem o Determinismo Moderado?

10. Que objeções se podem fazer ao Determinismo Moderado?

11. Qual das teorias lhe parece mais plausível? Porquê?

12. Na sua opinião há ou não há livre-arbítrio? Porquê?

Links:

Obrigatórios:

Pêssegos e duelos: exemplos ilustrativos do problema do livre-arbítrio

O Determinismo

Argumentos a favor do Libertismo

O livre-arbítrio existe, pois temos consciência dele

O livre-arbítrio é uma criação humana e… existe!

Baixar a fasquia: uma objecção ao Determinismo Moderado

Possibilidades Alternativas: uma objecção ao Determinismo Moderado

Fortemente aconselhados:

Formulação do problema do livre-arbítrio (1)

A resposta do determinismo radical (2)

A resposta do libertismo (3)

Na opinião dos alunos, existe ou não livre arbítrio?

Se o determinismo radical for verdadeiro, salvar 155 pessoas não tem qualquer mérito

Vídeos: Sobre o livre arbítrio 

Aconselhados:

Tive, por acaso, possibilidades de escolha?

Contradição !?

Livre-arbítrio e responsabilidade moral: duas situações

Terá o determinista radical razão?

Vídeo: Free will (Livre-arbítrio)

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Uma canção de amor filosófica (um bocadinho, pelo menos)

I don't believe in an interventionist God
But I know darling, that you do
But if I did I would kneel down and ask him
Not to intervene when it came to you

Para ler o resto da canção veja aqui.

Nick Cave & The Bad Seeds: Into My Arms.

Nick Cave

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A propósito da escravatura

"Navio negreiro" é um poema de Castro Alves escrito em 1868. Denuncia o tráfico de escravos africanos, levados para o Brasil pelos portugueses. Muitos destes escravos (menos de metade) não chegavam ao fim da viagem com vida.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Nenhum homem é uma ilha

Nenhum homem é uma ilha,
Isolado em si mesmo;
Todo homem é um pedaço do continente,
Uma parte da terra firme.
Se um torrão de terra for levado pelo mar,
A Europa fica diminuída,
Como se fosse um promontório,
Como se fosse a casa dos teus amigos
Ou a tua própria;
A morte de qualquer homem diminui-me,
Porque sou parte do gênero humano,
E por isso não me perguntes por quem os sinos dobram;
Eles dobram por ti.

John Donne

perneta e maneta

Poema em inglês aqui. Infelizmente, desconheço o autor da fotografia e a época em que foi tirada.