segunda-feira, 30 de abril de 2012

Será moralmente correto apoiar a pesquisa científica em troca de sexo?

Este é um excerto promocional do episódio ‘The Benefactor Factor’ da série The Big Bang Theory.

Depois de ver o episódio inteiro na aula tente responder às seguintes questões:

Segundo a ética kantiana, como se deve avaliar a atitude do Sheldon e dos outros amigos relativamente a Leonard e à possibilidade dele ter relações sexuais com a doadora? Concorda?

Se Leonard tentasse decidir segundo um critério utilitarista se devia ou não ter relações sexuais com a doadora a que conclusão chegaria? Concorda com essa conclusão?

Leonard acabou por ter relações sexuais com a doadora. Não o fez por motivos financeiros nem por amor, mas pela expetativa de um prazer excepcionalmente grande. Segundo a ética kantiana, Leonard agiu bem ou mal? E segundo a ética utilitarista? Quem tem razão na sua opinião?

 

domingo, 29 de abril de 2012

Os exames nacionais serão uma forma de totalitarismo?

examesDesidério Murcho defendeu em vários textos, no blogue De Rerum Natura, que cada professor deve ter uma liberdade completa para escolher o que ensina e que não devem, portanto, existir programas com conteúdos obrigatórios nem exames nacionais, pois a sua existência constitui a imposição injustificável de uma conceção educativa particular e infringe direitos tão básicos como a liberdade de pensamento.

A Sara discordou dele e escreveu diversos comentários críticos a que Desidério Murcho foi respondendo. É um debate importante e interessante. Julgo que Desidério Murcho não tem razão na questão de fundo: a existência de alguns conteúdos programáticos obrigatórios e de exames nacionais não é incompatível com a liberdade de ensino.

O que pensa o leitor?

Siga estes links e depois diga o que pensa.

Com exames assim não vamos longe

Testes intermédios de filosofia

A primeira objecção da Sara

A segunda objecção da Sara

Nestes textos Desidério Murcho defendeu também as ideias referidas, mas sem comentários da Sara.

Ensino e liberdade

Uma lição de Orwell

Convidar e obrigar: uma diferença importante

Em defesa do pluralismo educativo

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Corrigir testes intermédios e ouvir Fado!

Um "clássico" do fado (letra de Amália Rodrigues e música de Carlos Gonçalves) interpretado por dois fadistas diferentes: António Zambujo e Kátia Guerreiro.

Amor de mel, amor de fel by Katia Guerreiro on Grooveshark

O facto de haver perspetivas diferentes justificará o relativismo?

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Uma forma de celebrar o 25 de Abril

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Cinco alunos da Escola Secundária Pinheiro e Rosa vão participar - em representação da escola - na "Assembleia municipal de jovens". Esta terá lugar na câmara municipal, no dia 25 de Abril.

Os alunos são o Emanuel Noivo e o Alexandre Mendes (10º B), o Miguel Dionísio e o Diogo Laranjo (11º D) e a Catarina Bárbara (11ºF).

Todos eles irão identificar alguns dos problemas existentes na cidade e apresentar propostas para os solucionar. Para mais informações sobre esta atividade, ver aqui.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

O Dia Pessoal do Livro é todos os dias

Hoje é Dia Mundial do Livro. Veja aqui o que se ganha com a leitura, segundo Fernando Pessoa.

Nadja Pausch: Book Lover’s Romance

Fotografia de Nadja Pausch.

domingo, 22 de abril de 2012

As audiências deste blogue...

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De 10 a 19 de Abril (dia anterior ao teste intermédio de Filosofia do 11º ano), o número de visitantes, por dia, deste blogue oscilou entre os 1084 e os 2996 (o que não inclui as visitas dos autores deste blogue). O número de páginas vistas foi também elevado, tal como se pode constatar no gráfico. Nesse período, a média de visitantes diários foi de 1655 (tal como se pode verificar na informação da imagem anterior, feita à meia-noite do dia 19 de Abril).

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No dia 19 de Abril chegou a haver, simultaneamente, 74 visitantes online.

sábado, 21 de abril de 2012

Um teste intermédio de Filosofia pouco filosófico

Preparei os alunos de três turmas do 11ºano para o teste intermédio de ontem. Nas aulas, tive em conta as informações do GAVE acerca do teste intermédio e as orientações para o exame nacional, como se pode perceber pelos materiais que aqui publiquei.

Defendo a existência de testes intermédios e de exames nacionais em Filosofia, pois - entre outras razões -  considero a sua aplicação importante para credibilizar o ensino de uma disciplina cuja imagem pública não é boa, mas que bem ensinada permite aos alunos adquirir competências fundamentais, como por exemplo a capacidade de argumentação e o pensamento crítico. Essas formas de avaliação externa contribuem para alcançar vários objetivos importantes: melhorar a qualidade do ensino, levar os alunos a estudarem mais, tornar mais justa a aplicação dos critérios de avaliação e, ainda, avaliar o trabalho dos professores de forma mais objetiva e rigorosa. Esses são alguns dos aspetos positivos mais relevantes, mas há outros.

O que não parece desejável é cada professor de Filosofia “inventar” para seu lado (com a desculpa de que “em Filosofia é tudo muito subjetivo” e, portanto, não se tem de justificar aquilo que se faz nas aulas) e não ter que prestar contas públicas pelos resultados obtidos. Parece-me que algumas pessoas, mas não todas claro, são contra os exames principalmente porque não querem expor as suas próprias fragilidades científicas e pedagógicas, para não falar da sua preguiça mental. Contudo, como diz um velho ditado: quem não deve não teme!

Esta é a minha posição de fundo. Por isso, mesmo criticando algumas das questões presentes neste teste intermédio, julgo que a existência deste tipo de avaliação é boa. Prefiro, apesar de tudo, um teste intermédio com defeitos à não existência de nenhum, deixando alguns professores de Filosofia entregues aos seus “devaneios” e a ensinarem tudo menos Filosofia. Pelo menos assim todos têm a ideia que, bem ou mal, os conteúdos programáticos são obrigatórios e têm de ser dados nas aulas. Claro que se os defeitos dos testes e dos exames forem demasiados, a existência destes deixa de se justificar porque isso nos obrigaria a ensinar mal os alunos para não os condenar a ter maus resultados.

Este teste não avaliou a capacidade crítica e exigiu  apenas competências mínimas ao nível da interpretação de textos e dos conhecimentos filosóficos. A propósito dos conceitos e teorias filosóficas era solicitado ao aluno apenas para explicar, comparar, indicar, diferenciar, nomear e identificar. Em nenhuma das questões era pedido que se avaliasse criticamente o que quer que fosse (apesar das informações do GAVE indicarem esta competência). Alguns dos meus alunos observaram, após o teste, e com razão: “a professora quer que nós saibamos apresentar argumentos a favor e contra cada tese; que sejamos capazes de dar a nossa opinião, mas isso não nos foi pedido.”

Tal como eles, eu também me sinto defraudada, sobretudo pelo facto do teste não ter em conta aquilo que é mais importante na Filosofia: a análise crítica e a discussão de argumentos.

A escolha dos temas das questões do teste também é criticável. Um dos temas centrais do programa, “a teoria do conhecimento de Descartes”, ficou praticamente de fora, se excetuarmos a questão 2.2. do grupo III, em que os alunos deveriam comparar as perspetivas de Descartes e David Hume quanto à origem do conhecimento. Ora, os professores gastam um número significativo de aulas a explicar a posição cartesiana, distinguindo-a da dos céticos e de David Hume. Como pode, então, atribuir-se tão pouco peso a estes conteúdos programáticos? Colocar, em vez de Descartes, questões sobre temas que são filosoficamente irrelevantes (pergunta 1. e 2. do grupo I e 1. do grupo III) e que não exigem um esforço de compreensão e reflexão comparável não foi uma opção correta. Acerca das três questões referidas, alguns alunos meus observaram – e muito bem - que as respostas dependiam apenas da análise dos textos, não requeriam nenhum dos conhecimentos filosóficos estudados, além de que eram vagas.

Em relação à problemática do conhecimento, existiam questões bem mais pertinentes e claras para se colocar do que sobre o “objeto do conhecimento”. Por exemplo, as que dizem respeito à definição tradicional de conhecimento e aos contraexemplos a esta definição.

A terminologia utilizada continha algumas imprecisões filosóficas, tal como os critérios de correção, que o Desidério Murcho e o Aires de Almeida já apontaram e analisaram aqui, aqui e aqui.

Tudo isto contraria o bom senso, além de revelar uma ideia errada acerca do que é, de facto, importante no ensino da Filosofia.

A verdade é que muitos professores, como eu, levaram a sério as orientações vindas do ministério para o exame nacional. Entre os alunos que fizeram o teste intermédio, há alguns que já se inscreveram para fazer o exame nacional de Filosofia. A classificação que obtiverem irá determinar, nalguns casos, se entram nos cursos universitários que pretendem. Por isso, é legítimo os alunos e os professores perguntarem, como me fez uma das minhas alunas: “Será que o exame também vai ser assim?

Não sei responder. Mas gostava de saber o que pensam os autores das orientações do programa para o exame nacional (Alexandre Sá, Manuela Bastos, Maria do Carmo Themudo, Pedro Alves e Ricardo Santos) sobre o teste intermédio que foi feito ontem e também se o exame nacional será elaborado nos mesmos moldes.

As pessoas que assinaram as orientações para o exame fizeram-no enquanto representantes de instituições ligadas à Filosofia e ao seu ensino. Deveriam ter, portanto, no exercício dessas suas funções, obrigação de prestar esclarecimentos públicos sobre este assunto. Aliás, não percebo porque não o fizeram já. Mais, tenho dúvidas se essas instituições fazem tudo o que devem para promover a qualidade do ensino da Filosofia. Se o fizessem perceberiam a importância do teste intermédio conter questões que apelassem à análise crítica e à discussão de argumentos.

Eu sou responsável pelos resultados dos meus alunos nos testes intermédios e no exame nacional. Porém, a responsabilidade não deve ser exigida só aos professores, mas também às instituições ligadas à Filosofia (cujos representantes assinaram as orientações para o exame nacional emanadas do ministério para as escolas) que também são responsáveis pela qualidade do seu ensino, nomeadamente pelos testes e exames aplicados a nível nacional. Ou não? Nesse caso, para que servem, então, essas instituições?

O que muitas pessoas ligadas à Filosofia (incluindo alguns dos professores de Filosofia do secundário) parecem não perceber é que caminhamos todos, alegremente, para o abismo. Ou seja, para o descrédito e para um novo desaparecimento do exame nacional de Filosofia... E, quem sabe, da própria disciplina.

É necessário e urgente que as várias instituições e pessoas responsáveis pelo ensino da Filosofia se sentem à mesa e procurem elaborar um novo programa de Filosofia - filosoficamente rigoroso e adequado à formação dos alunos do secundário. É necessário que entendam a importância de melhorar a qualidade do ensino da disciplina de Filosofia no ensino secundário. A Filosofia merece ser melhor tratada. Os alunos e os professores também.

Outros comentários acerca do teste intermédio: aqui e aqui.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Critérios de correção do teste intermédio de Filosofia do 11º ano (2012)

Correção do teste intermédio de Filosofia do 11º ano (2012)

Enunciado do teste intermédio de Filosofia do 11º ano (2012)

Teste intermédio de Filosofia do 11º ano (2012)

Parece que tenho andado a enganar os alunos…

Não tenho turmas do 11º ano, pelo que nenhum aluno meu fez o teste intermédio de Filosofia. A Sara, que teve três turmas a fazer o teste, fará depois uma análise mais detalhada.

Pela minha parte só quero confessar um receio: julgo que os meus alunos do 10º ano, após conhecerem o teste intermédio hoje feito pelos colegas do 11º, me acusarão de os andar a enganar nas aulas e nos testes. É que no teste intermédio não há uma única questão em que se peça aos alunos para discutir ideias e para justificar as suas opiniões acerca dos problemas filosóficos. O melhor é deixar de fazer questões como esta

Critérios de correção do teste intermédio de Filosofia do 11º ano

Assim que os critérios do teste intermédio de Filosofia forem tornados públicos serão publicados e, se houver tempo, comentados aqui no Dúvida Metódica.

Entretanto, vamos todos começar a ler as obras completas de Delfim Santos! :)

Delfim Santos

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Preparação para o teste intermédio de Filosofia do 11º ano (2012): Penso, logo existo - uma ideia que toda a gente conhece? (11)

image Para saber mais sobre este livro, ver AQUI.

Transcrevo do livro 7 ideias filosóficas que toda a gente devia conhecer - da autoria de Desidério Murcho  - algumas passagens que poderão ser, pela sua clareza,  esclarecedoras para o teste intermédio de sexta.

Outros materiais disponibilizados neste blogue acerca dos conteúdos programáticos em que irá incidir o teste intermédio (fichas de trabalhos, testes, textos...), podem consultados AQUI.

Um bom estudo a todos!  :)

(…) «Será que sabemos realmente o que cremos saber?» (…) Quatro anos apenas depois da publicação do Discurso, Descartes publicou – em latim, desta vez – uma obra filosófica mais pormenorizada, cujo título completo é Meditações sobre a Filosofia Primeira, nas quais são demonstradas a existência de Deus e a distinção entre a Alma e o Corpo. Foi nesta obra que Descartes inventou o famoso génio maligno (…).

O génio maligno é um ser poderoso, mas tão perverso, que nos engana continuamente: sempre que cremos ver algo, estamos a ser vítimas de uma ilusão, de maneira que esse algo não existe ou é totalmente diferente do que parece (…).

A hipótese do génio maligno torna mais nítido um problema central de uma área da filosofia que se chama «teoria do conhecimento» ou «epistemologia» (que deriva do termo grego episteme, que significa «conhecimento»). Entre outras coisas, nesta disciplina trata-se de investigar qual é a justificação última das nossas crenças. Mas o que é isso de «justificação última»? E, já agora, o que é uma crença?

Uma crença não é o mesmo que uma crença religiosa. Todas as crenças religiosas são obviamente crenças, mas muitas crenças não são religiosas: são crenças matemáticas, científicas, históricas ou de senso comum. O leitor tem a crença de que está a ler este livro e de que a Espanha é maior que Portugal. Uma crença é apenas uma representação, verdadeira ou falsa, que alguém faz de algo.

Por sua vez, a justificação última é aquele tipo de justificação que não depende de qualquer outra (…).

(…) dizer apenas «sei que estou a ler um livro porque é isso que vejo e sinto» não é uma justificação última. É uma justificação, e não é de modo algum uma má justificação, mas não é uma justificação última – porque depende de outras crenças que, por sua vez precisam também de ser justificadas.

Se lhe ocorre agora que ao raciocinar dessa maneira nunca conseguiremos parar porque nunca descobriremos justificações últimas, já está a pensar filosoficamente. Só que ainda não considerou cuidadosamente se realmente não descobriríamos tais justificações. O melhor a fazer é então responder a esse desafio e tentar descobri-las. Foi o que fez Descartes.

O cogito

Descartes estava convencido de ter descoberto pelo menos uma crença cuja justificação não depende de quaisquer outras crenças: a crença de que ele mesmo existe. Na gíria académica chama-se «cogito cartesiano» a esta crença, devido à expressão latina cogito, ergo sum (penso, logo existo), e o nome latino de Descartes: Renatus Cartesius.

O raciocínio de Descartes é que mesmo sob a extravagante suposição de que um génio maligno me engana sistematicamente, ele não me pode enganar se eu não existir (…).

Sempre que vejo árvores, talvez não existam árvores na realidade; sempre que me lembro de algo talvez se trate de uma falsa memória; quando sinto e vejo ter um corpo com certas características talvez esteja iludido – quem sabe se, de facto, me pareço com lagartixas ou besouros, e não com um símio sem pêlos?

Talvez tudo isto ocorra, pensa Descartes, se a hipótese do génio maligno for verdadeira. Mas para que todas essas ilusões possam existir, para que o génio maligno me possa enganar, é preciso que eu exista.

A crença de que existo não pode ser falsa em qualquer das circunstâncias em que pondero se existo ou não – ou em que pondero seja o que for (…).

(…) a crença de que existo como ser pensante é, por um lado insusceptível de refutação e, por outro, constitui – por isso mesmo – a justificação última de todas as nossas crenças. Vejamos brevemente este segundo aspecto.

Tome-se uma crença perceptiva, como a de que o leitor está com este livro na mão. Trata-se de uma crença muito diferente das crenças matemáticas. Estas últimas não se justificam recorrendo à experiência, mas antes ao cálculo matemático: ao pensamento puro.

Já no que respeita às crenças perceptivas, faz sentido justificá-las recorrendo à experiência perceptiva: o leitor sabe que está com este livro na mão porque é isso que sente e vê. Mas Descartes considera que esta justificação, apesar de perfeitamente adequada não é última – pois se formos vítimas do génio maligno, o facto de parecer que o leitor vê e sente o livro é compatível com a inexistência do livro. O que justifica a confiança nos sentidos terá de ser outro conjunto de considerações que Descartes procura retirar do próprio cogito. Daí que Descartes pense que a justificação última das nossas crenças, incluindo as perceptivas, não repousa nos sentidos.

Deste modo se vê que uma posição filosófica aparentemente absurda – como poderá alguém crer que o conhecimento do que vemos não se baseia inteiramente nos sentidos? – não, é afinal, tão absurda assim. Poderá ser falsa, mas é avisado começar por compreendê-la bem para tentar então defender que é.

Desidério Murcho, 7 ideias filosóficas que toda a gente devia conhecer, Editorial Bizâncio cap. 1.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Os alunos da Pinheiro no museu das comunicações

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No passado dia 2 de Março de 2012, realizámos uma visita de estudo a Lisboa. Um dos locais visitados foi o museu das comunicações. Este espaço está dividido em diversas secções, mas iremos falar do que nos suscitou mais interesse: a casa do futuro. Neste espaço, podemos observar como se aplicam as inovações tecnológicas mais recentes na resolução de problemas do quotidiano, em particular na realização de tarefas domésticas básicas e rotineiras.

Ficámos impressionados ao observar as várias divisões da casa, pois não imaginávamos que fosse possível abrir as janelas, acender as luzes, saber quais os produtos que faltam no frigorífico.... utilizando um único programa de computador.

O que nos surpreendeu, e ao mesmo tempo fascinou, foi «O QUARTO DA AVÓ», onde vimos como as inovações tecnológicas podem proporcionar uma maior qualidade de vida a pessoas debilitadas ou deficientes. Algumas das aplicações tecnológicas mais recentes poderão contribuir para colmatar as necessidades básicas de pessoas com limitações físicas.

Podemos, então, concluir que a tecnologia aplicada às tarefas domésticas poderá fazer com que as pessoas se libertem  de algumas "chatices" do quotidiano (aspirar, passar a ferro...) e possam ter mais tempo livre para se dedicarem a outras atividades. Todavia, pelo que se percebe nos tempos em que vivemos, um dos aspectos negativos desta evolução é fazer com que as pessoas tenham uma vida sedentária por terem todas as coisas a um toque de distância. Por outro lado, será que as pessoas irão aproveitar, de facto, a maior qualidade de vida para alargarem os seus conhecimentos? Ou, pelo contrário, a evolução tecnológica poderá constituir uma espécie de prisão, tornando os seres humanos dependentes das máquinas e incapazes de pensarem por si próprios?

Bruno Bastos, Catarina Silva e Filipa Gonçalves, 11º C

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Os alunos da Pinheiro à descoberta de Mozart

Concerto

O concerto “Bastien e Bastienne” de Mozart, tocado pela prestigiada orquestra Gulbenkian, foi de facto muito bom. A história desta ópera relatava os amores não correspondidos de uma pastora, cujo amado prefere uma rica cortesã. Contudo, a intervenção de um mágico e os seus sábios conselhos farão a pastora reconquistar o seu amado. Esta ópera, escrita por Mozart aos doze anos de idade, foi traduzida  e cantada em português (e com legendas que surgiam à medida que os cantores cantavam). Foi feita uma teatralização dos acontecimentos pelos cantores, que até andaram no meio do público. A presença da orquestra e a interação dos cantores com os músicos foram todas ideias bem pensadas, tendo em conta o público: alunos das escolas, de várias faixas etárias. Tudo isto acabou por proporcionar um excelente espetáculo!

Esta foi uma forma de levar muitas pessoas a assistir a este tipo de concertos, algumas delas pela primeira vez, e a  ficarem com uma perspetiva  diferente em relação à música clássica. Eu já tinha assistido a este tipo de concertos, porém este destacou-se pela interação com o público, o que raramente acontece noutros concertos do mesmo género.

Penso que esta é uma experiência a repetir e deveria ser mais vezes proporcionada pelas escolas.

João Pedro Gil Rosa, 11ºC

 

A ópera a que nós fomos assistir chama-se Bastien e Bastienne. Foi inspirada em Le Devin du Village, de Jean-Jacques Rousseau e foi composta por Mozart quando este tinha apenas doze anos de idade. "Conta história de Bastienne, uma jovem pastora que se apaixonara por Bastien, cujo coração anda distraído com uma representante da nobreza. O desespero conduz Bastienne até ao mago Colas que, com os seus poderes mágicos e de persuasão, conduzirá o par amoroso a um fim reconciliador” (informação retirada do site da Fundação Gulbenkian).

Wolfgang Amadeus Mozart nasceu em 27 de Janeiro de 1756 na cidade austríaca de Salzburgo. Desde criança apresentou grande talento musical. O seu pai, Leopold Mozart, era compositor e estimulou os dotes musicais do filho. Com este apoio paterno, ele começou a escrever duetos e pequenas composições para piano, ainda na infância.

Durante a sua vida compôs várias óperas, destacando-se, entre outras, “As bodas de Figaro” e “Don Giovanni”.

Mozart não é um dos meus compositores preferidos de música clássica. Contudo, foi uma experiência enriquecedora, foi algo diferente do que estamos acostumados a assistir e até a ouvir. Este concerto permitiu, talvez no caso de alguns alunos, alargar os  gostos musicais e fazer-nos apreciar de outro modo a música clássica.

O que mais me fascinou - para além da fantástica orquestra - foi a maturidade que Mozart possuía aos doze anos de idade, pois esta ópera é bastante complexa: não só descreve o amor entre duas pessoas, como faz um retrato crítico  da sociedade daquela época e da natureza humana, em particular do amado da pastora que hesita entre escolher o amor verdadeiro e a posse de bens materiais proporcionada pela cortesã. Por isso, apesar das minhas preferências musicais serem outras, considero que Mozart será para sempre uma referência em relação à música!

Maria Bumbuk, 11º F

Don Giovanni, uma outra ópera de Mozart:

Visita de estudo a Lisboa: reportagem fotográfica

No passado dia 2 de Março, as turmas C e F do 11º ano participaram numa visita de estudo a Lisboa.

Os locais visitados foram a Fundação Calouste de Gulbenkian e ao Museu das Comunicações. Os alunos tiveram oportunidade de assistir ao concerto "Bastien e Bastienne" (de Mozart), pela orquestra Gulbenkian. Realizaram também três visitas guiadas: uma no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian, intitulada "À descoberta da Matemática na Arte" e duas outras no Museu das Comunicações.

As informações acerca dos locais a visitar e das atividades a realizar foram fornecidas aos alunos, antes da visita, neste blogue,  AQUI e AQUI.

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Links sobre Kant e Stuart Mill

Kant e Stuart Mill

Qual é o critério da moralidade?

As pessoas não são instrumentos

Qual dos personagens, o Calvin ou a Susie, está a agir de acordo com o princípio kantiano da moralidade?

Para discutir na primeira aula de Filosofia

Quais são as acções que têm valor moral?

Agir bem para evitar problemas

Porque é que devemos ser bons com os outros?

Devemos mentir para salvar a vida de um amigo? – Não, diz Kant (1)

Devemos mentir para salvar a vida de um amigo? – Não, diz Kant (2)

Cumprir o dever pelo dever: um exemplo

Usados e depois jogados fora…

“Mentiras boas” e outras objecções à ética kantiana

O utilitarismo: ideias básicas

Argumentos contra o utilitarismo

Um prazer superior

As teorias éticas de Kant e Stuart Mill: ideias fundamentais

sábado, 14 de abril de 2012

Porque é que devemos ser bons com os outros?

Segundo Kant, seja no Natal seja noutro dia qualquer, devemos ser “bons com os outros” simplesmente porque isso é que está certo.  Agir corretamente para agradar às outras pessoas, ou mesmo a Deus, não tem qualquer valor moral, mesmo que as ações realizadas sejam muito boas. Tais ações são realizadas em conformidade exterior ao dever, mas não por dever. Por isso, por excelentes que sejam as suas consequências, não têm genuíno mérito moral.

Mas será possível expulsar desse modo as consequências da ética? Ou melhor, será plausível?

ações apenas conformes ao dever

Charles M. Schulz, Peanuts.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Filosofia tintim por tintim: um novo blogue

home_banner_2 Para aceder ao blogue, clique na imagem do Tintim no Tibete.

Na mensagem de boas vindas aos leitores deste novo blogue, escrevi:

"Filosofia? Que nova disciplina é essa? O propósito deste blogue é responder a esta questão. Dar a conhecer, discutir e divulgar ideias filosóficas junto dos alunos que ainda não iniciaram o 10º ano e outros eventuais interessados. Além disso, pretende-se promover o interesse pela leitura e outras actividades culturais (...afinal, a Filosofia não é um bicho de sete cabeças!)."

Os posts contam com a colaboração dos meus alunos do 10º B. A todos eles agradeço o contributo inicial que já deram para divulgar a disciplina de Filosofia junto dos colegas do 9º ano que amanhã, no Dia Aberto, visitarão a nossa escola.

Obrigado a todos pela vossa generosa partilha, espero que seja o início de muitas outras!

terça-feira, 10 de abril de 2012

Na opinião dos alunos, existe ou não livre arbítrio?

2 caminhos

No 1º teste do segundo período (Fevereiro) perguntei aos alunos: “existe ou não livre arbítrio?”, e pedi para justificarem as suas opiniões. As duas melhores respostas foram do Lucas Sá, do 10º A, e do Rafael Fonseca, do 10º D.

O Lucas nega a existência do livre-arbítrio, enquanto o Rafael defende a sua existência.

 

Na minha opinião, o livre-arbítrio não existe e a teoria que melhor resolve o problema do livre-arbítrio é o Determinismo Radical. Como estudámos, as ações humanas são acontecimentos e todos os acontecimentos têm uma causa. Quer consideremos o computador que se estragou ou a queda de um meteorito, iremos invariavelmente encontrar causas para todos os acontecimentos conhecidos. É por conseguinte plausível, e na minha opinião bastante provável, que também as nossas ações tenham causas: fenómenos físicas, costumes socioculturais, fenómenos psicológicos, a nossa educação, etc. Assim sendo, se não existem acontecimentos sem causas, como poderiam as nossas ações serem livres? A ciência demonstra-nos que para o mesmo conjunto de causas existe sempre o mesmo efeito. Transportando este conhecimento para o problema do livre-arbítrio, para um determinado conjunto de causas apenas existe um efeito, que é a ação praticada e que não poderia ser qualquer outra.

O Libertismo, que defende a existência do livre-arbítrio e nega a existência do determinismo, tem várias objeções ao Determinismo Radical, cada uma menos sólida que a outra. Defendem que algumas ações não têm causas pois não as sentimos, o que me parece pouco razoável, pois se não temos, muitas vezes, a consciência da existência de causas, como podemos possivelmente sentir a sua ausência? O libertista defende então que se não existir livre-arbítrio, a vida não tem sentido. Mas porque é que não haveria de ter? Se uma entidade suprema e muito mais poderosa que nós nos controlasse a seu bel-prazer, a vida de facto não teria sentido. Mas não é isso que acontece. O que nos conduz a uma determinada ação são causas várias que nada têm de superior: são fenómenos naturais e sociais que fazem parte da vida. Assim sendo, e apesar de considerar que o livre-arbítrio não existe, penso que a minha vida não perdeu o sentido. Por fim, o libertista invoca o argumento da responsabilidade, que diz que apenas faz sentido responsabilizar as pessoas pelas suas ações caso exista livre-arbítrio. É Um facto que todos nós responsabilizamos as outras pessoas, mas na minha opinião o raciocínio libertista não está correto por duas razões: em primeiro lugar, se todos os acontecimentos são causados por causas anteriores, o facto de responsabilizarmos as pessoas e de as criticarmos/elogiarmos também é provavelmente determinado e inevitável; por outro lado, pode-se abordar a questão da responsabilidade dizendo que ao criarmos castigos/prémios para os culpados/merecedores de aprovação, estes castigos/prémios tornar-se-ão uma causa para as pessoas do futuro e poderão levar a que essas pessoas se “portem melhor” (pratiquem ações corretas devido à existência de prémios e não pratiquem ações erradas devido à existência de castigos). Assim sendo, penso que o Libertismo está totalmente errado, e que os libertistas defendem o livre-arbítrio talvez por esta crença ser a mais atraente e não a mais justificada.

Posso então comparar o Determinismo Radical e o Determismo Moderado. Ambos defendem a existência de causas anteriores à ação, mas enquanto que o DR rejeita o livre-arbítrio, o DM defende a sua existência. Como já referi, não acredito na existência de livre-arbítrio, e penso que o Determinismo Moderado tem uma má abordagem do problema, pois defende que todas as ações têm causas anteriores, mas que algumas são livres pois não existem coações imediatas. Na minha opinião, o que o Determinismo Moderado faz é “baixar a fasquia”, ou seja, simplifica a questão. Para conseguir compatibilizar o determinismo com o livre-arbítrio, o determinista moderado altera a conceção de “livre-arbítrio”: enquanto que para o Libertismo e para o Determinismo Radical o livre-arbítrio é a ausência de causas anteriores à vontade do agente (autodeterminação) e de coação imediata, o Determinismo Moderado entende-o apenas como a ausência de coação (se não houver coação, a ação é livre). Penso que o que o determinista moderado faz é empobrecer o conceito, é simplificar o que não é simplificável. Como poderá algo tão profundo e complexo como o livre-arbítrio ser a mera ausência de coação? O determinista moderado contrapõe dizendo que a autodeterminação é um mito e que a discussão libertista vs determinista radical é fútil. Mas penso que não é. Se a autodeterminação existir, existem ações livres, caso contrário elas não existem. Mas podemos abordar a questão por outro lado. Consideremos duas situações iguais, em que todas as causas foram iguais, por exemplo, dois mundos paralelos (vamos assumir que existem). Nestes dois mundos, existe um mesmo indivíduo, e tudo o que aconteceu antes na sua vida foi igual, não há uma única diferença. Este indivíduo encontra-se então perante uma bifurcação, e não existem coações imediatas que o impeçam (ou obriguem) de seguir para qualquer um dos lados, ou seja, sobre a “escolha” de ir para a esquerda ou para a direita. Poderá o indivíduo realmente escolher ir para a direita num mundo e para a esquerda noutro? Já vimos que a mesma causa levam ao mesmo efeito, e não sendo o ser humano especial, penso que ele não pode optar por caminhos diferentes. Ou seja, não existem possibilidades alternativas, e como tal, ainda que não existam coações imediatas, a escolha do indivíduo não é realmente livre, pois ele não fez o quis, mas sim o que estava determinado. Posto isto, penso que também o Determinismo Moderado não tem uma boa resposta ao problema do livre-arbítrio.

Finalizando o meu raciocínio, “sobra-me” apenas o Determinismo Radical, que defende a “não-existência” do livre-arbítrio. Poderá não ser a opção mais atraente e apelativa, mas parece-me ser a melhor fundamentada e defendida. Concluindo assim como iniciei, na minha opinião, o livre-arbítrio não existe.

Lucas Seara de Sá, 10ºA.

Vou defender que existe livre-arbítrio se o entendermos à semelhança da teoria conhecida como Determinismo Moderado (DM). Contudo, não existe livre-arbítrio em termos de realizar uma ação autodeterminada, isto é, sem causas anteriores excetuando a própria vontade do agente. Isso é impossível pois os nossos genes, a nossa personalidade, fatores familiares, fatores sociais, etc. estão-nos sempre a influenciar, embora geralmente não tenhamos consciência disso. Portanto, podemos ver que o Libertismo é uma teoria falhada, pois o seu principal argumento (Se algumas ações não têm causas anteriores, então são livres; algumas ações não têm causas anteriores; logo, são livres) está errado e poderíamos arranjar inúmeras provas empíricas para defender que, de facto, somos influenciados naquilo que fazemos, pelas causas referidas acima. Se fizermos a experiência mental de escolher aleatoriamente uma ação X qualquer que tenhamos realizado, e perguntarmos porque fizemos essa ação encontraremos sempre um desses fatores, ou até mais do que um. E se nos questionarmos sobre a causa desse fator encontraremos outro fator anterior, e por aí adiante; ou seja, descobriremos uma enorme teia causal, remetendo até a acontecimentos longínquos que afetaram a ação X.

É, então, impossível realizar uma ação autodeterminada.

Restam o Determinismo Radical (DR) e o DM, sendo a primeira uma teoria incompatibilista e a segunda compatibilista. O DR defende que todas as ações são determinadas por causas anteriores e por isso não existe livre-arbítrio. O DM defende que todas as ações são determinadas por causas anteriores mas que isso não é incompatível com a existência de livre-arbítrio.

Bem, se o livre-arbítrio como autodeterminação não existe, teremos que aceitar o DR? Segundo o DM, o conceito do livre-arbítrio como autodeterminação é apenas uma fantasia, um desejo, o reflexo da necessidade do Homem de sentir que tem algum controlo sobre si mesmo. De facto, parece muito implausível que possam existir ações sem causas anteriores. Mas isso não significa que o DR seja a resposta.

Penso que aceitar o DR como verdadeiro seria enlouquecedor. Como poderia a vida ter sentido se tudo o que fazemos fosse predeterminado? Se acreditasse realmente que não tenho livre-arbítrio, sentir-me ia encurralado. Se não existisse livre-arbítrio, a responsabilidade desapareceria. Como poderíamos condenar assassinos e louvar heróis se as suas ações seriam igualmente desprovidas de liberdade, se seriam ambos prisioneiros dos seus fatores precedentes, sofrendo de uma total ausência de controlo?

O DM tem então a resposta. Sim, somos influenciados por fatores anteriores em tudo o que fazemos, mas isso não nos tira o livre-arbítrio. As nossas ações são livres desde que não sejamos alvos de coações imediatas, internas ou externas. (Por exemplo, se entregarmos a carteira a um ladrão que tem uma faca encostada ao nosso pescoço não realizaremos uma ação livre.) E isso está de acordo com a experiência da generalidade das pessoas. Antes de tomar uma decisão, antes de realizar uma ação, temos a experiência de liberdade. Conseguimos sentir que tanto podemos escolher uma opção como podemos escolher outra. Sentimo-nos a deliberar, e quando tomamos uma decisão não sentimos que fomos forçados a escolhê-la. Sentimos que foi uma decisão livre e que não fomos obrigados a tomá-la. Digamos que preciso de escolher entre ir a uma festa de um amigo ou a fazer voluntariado para uma instituição de caridade. Sempre fui educado com base na ajuda ao próximo, e no bem geral. No entanto, ao tomar esta decisão sinto-me a deliberar. Peso os prós e os contras de cada escolha que tenho, e mesmo que tenha sido educado para fazer a segunda escolha posso perfeitamente contrariar esse fator e ir na mesma à festa do amigo. A minha educação não me consegue obrigar a escolher um certo caminho. Na minha mente, estes fatores prévios sugerem fortemente que eu faça uma certa escolha, fazem pressão mental. Acho até bastante adequado uma comparação dos fatores prévios com lobistas na política, tentando pressionar-me a tomar uma certa decisão. No entanto, nunca me forçam e a derradeira escolha cabe-me a mim. Influenciam-me sem dúvida, mas não me constrangem, não me obrigam. Por isso, essa ação é simultaneamente determinada e livre.

Rafael Fonseca, 10º D.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Teste intermédio de Filosofia do 11º ano (2012): testes de avaliação (8)

Testes  de avaliação - acerca de grande parte dos conteúdos programáticos avaliados no teste intermédio - que apliquei no ano letivo de 2010-11.

2010-11 1º teste Fil 11 s v A

2010-11 2º teste 11º ano S VA

2010-11 11º ano 3º Teste de av V A

4º teste do 11º ano VA

Teste intermédio de Filosofia do 11º ano (2012): textos de apoio e fichas de trabalho (7)

Temas: Teorias explicativas do conhecimento: Descartes e Hume

Descartes:

Textos sobre o ceticismo

Uma dúvida inspiradora para os alunos do 11º ano

A dúvida metódica (este deveria ter sido o primeiro post deste blogue)

Um mar de dúvidas

Razões para duvidar, segundo Descartes

Como é que Descartes pretendeu ultrapassar o ponto de vista dos cépticos

O solipsismo e a necessidade de Deus no sistema cartesiano

Descartes: argumentos para provar a existência de Deus

A objeção de Kant ao argumento ontológico: a existência não é um predicado

O argumento ontológico: diálogo entre um crente e um ateu

Objeção ao argumento da marca: criar a ideia de perfeição é diferente de criar a própria perfeição

O “Deus dos filósofos” e o “Deus da fé”

Críticas a Descartes: Ficha de trabalho

Descartes e a Matemática

Os conceitos cartesianos de intuição e dedução

A matemática é a priori mas não é inata

Cartoons cartesianos

Hume:

Impressões e ideias

Cegos que começam a ver: impressões e ideias

Como se originou, segundo Hume, a ideia de Deus?

O problema da causalidade

A causalidade segundo Hume

A crença na causalidade é instintiva

As superstições e a crítica de Hume à ideia de causalidade

A minha vida é real: conhecimento ou mera crença?

A abdução ou argumento a favor da melhor explicação

Teste intermédio de Filosofia do 11º ano (2012): textos de apoio e fichas de trabalho (6)

Temas: Descrição e interpretação da atividade cognitiva

Algumas relações entre os vários tipos de conhecimento

O Deco não percebe nada de Epistemologia

O conhecimento por contacto facilita as cunhas

O carácter factivo do conhecimento

2 contra-exemplos à chamada definição tradicional de conhecimento

Teste intermédio de Filosofia do 11º ano (2012): textos de apoio e fichas de trabalho (5)

Temas: Argumentação, retórica, filosofia e democracia

Sofista ou surfista?

O tempo até pode ser relativo, mas a verdade não

O que é a democracia?

Sobre o poder da retórica

Retórica e democracia: Ficha de trabalho

A retórica, os sofistas e Platão: Ficha de trabalho

Filosofia, retórica e democracia: síntese das aulas do 11º ano

Teste intermédio de Filosofia do 11º ano (2012): textos de apoio e fichas de trabalho (4)

Temas: Falácias informais e argumentos não dedutivos

Falácias informais do apelo à ignorância, da derrapagem e do boneco de palha

Guia das falácias de Stephen Downes

Análise filosófica de um anúncio publicitário (1)

Análise filosófica de um anúncio publicitário (2)

Um cartaz político falacioso (3)

Se nós desistirmos, eles também desistem?

O mal deve-se a Deus ou ao homem?

Dois exemplos de argumentos falaciosos a não seguir

Qual é a falácia?

Trabalhos dos alunos: Falácias na política

Trabalhos de alunos sobre falácias informais

Exemplos da falácia do apelo à ignorância

Ficha de Revisão: falácias informais

Ficha de revisão: identificação de argumentos não dedutivos

Quais são as falácias informais usadas pelas personagens do vídeo?

Falácias informais utilizadas na publicidade - exercício de aplicação

A falácia do apelo ao povo

A utilização de falácias informais na publicidade: apelo à autoridade não qualificada e apelo ao povo

Argumento por analogia

Generalizações e previsões

Ficha de Trabalho (sobre os diferentes tipos de argumentos)

Ficha de revisão: identificação de argumentos não dedutivos

Teste intermédio de Filosofia do 11º ano (2012): textos de apoio e fichas de trabalho (3)

Temas: Argumentação e lógica formal. Lógica proposicional – percurso B

Qual é a utilidade do estudo da Lógica?

A relação entre verdade e validade

Validade dedutiva

Proposições contraditórias: análise de exemplos

Preparação para o teste intermédio: Ficha nº 1 (as variáveis proposicionais, os operadores verofuncionais e as tabelas de verdade)

Preparação para o teste intermédio: Ficha nº 2 (a formalização de proposições e o âmbito dos operadores)

Disjunção inclusiva ou exclusiva?

Condições necessárias e suficientes: análise de um exemplo

A negação de proposições condicionais

Disjunção inclusiva: Nat King Cole ou Stan Getz

Afirmação da antecedente e negação da consequente

Estudar Filosofia: evita choques elétricos e malentendidos no namoro

Teste intermédio de Filosofia do 11º ano (2012): matrizes dos testes de avaliação (2)

Os conteúdos e as competências sobre os quais irá incidir o teste intermédio já foram avaliados nos quatro testes realizados ao longo deste ano letivo. Antes de cada teste disponibilizei, neste blogue, uma matriz.

Aconselho os alunos a voltarem a analisar as matrizes dos testes (nomeadamente os conteúdos e os objetivos), pois isso permite-lhes não só ter uma visão geral das várias temáticas abordadas como uma noção dos conteúdos programáticos específicos respeitantes a cada um dos temas.

· Matriz do 1º teste (Temas: “argumentação e lógica formal”. A “lógica proposicional – percurso B”)
· Matriz do 2º teste (Temas: “lógica proposicional” e “argumentação, retórica e filosofia”)
· Matriz do 3º teste (Temas: “argumentação, retórica e filosofia” e “descrição e interpretação da atividade cognitiva”)
· Matriz do 4º teste (Temas: teorias explicativas do conhecimento: Descartes e Hume)

Teste intermédio de Filosofia do 11º ano (2012): informações (1)

As informações sobre o teste intermédio de Filosofia do 11º ano, que se irá realizar no próximo dia 20 de Abril, disponibilizadas pelo ministério e pelo GAVE foram as seguintes (clicar para aceder):

· Orientações para o teste intermédio de Filosofia do 11º ano e para o exame nacional
· Teste intermédio de Filosofia do 11º ano: informações

domingo, 8 de abril de 2012

“A minha professora deu-nos um resumo”

Ler é estúpidoDiálogo entre dois adolescentes portugueses, ambos alunos do 12º ano. Data: 7 de Abril de 2012, a poucos dias, portanto, do final das férias da Páscoa. O diálogo é verídico, infelizmente.

- Já leste o livro para Português?
- Qual livro?
- O Memorial do Convento.
- Ah, ah, ah! Imagina, eu ler aquilo…
- Mas…
- A minha professora deu-nos um resumo. Tu leste aquela seca??
- Estou a ler…
- Como é que consegues? Ler é tão chato!
- Confesso que não estou a gostar muito, mas os meus pais obrigam-me a ler, por isso… Para falar verdade, mesmo que eles não me obrigassem eu tentaria ler o Memorial do Convento, pois quero ter boa nota… Mas, olha, ler não é assim tão mau como tu pintas…
- Ah, já me esquecia, tu gostas de ler…
- Bom, eu gosto de ler outros livros… Recentemente li Os Jogos da Fome e gostei muito. Queres que te empreste? São três volumes mas lêem-se num instante!
- Naaa! Eu depois vejo o filme… E se fôssemos jogar um jogo no computador?

Intolerância

Vale a pena ver este vídeo e pensar se o uso da força, tão frequente em diferentes épocas históricas, será ou não evitável...

terça-feira, 3 de abril de 2012

Aquilo que não é possível mudar...

Frame do filme "O Sétimo Selo", escrito e dirigido por Ingmar Bergman em 1956.

"Pinela, o camponês, atava as cepas
com ervas secas que segurava entre as orelhas.
Enquanto trabalhava falei-lhe da cidade,
da minha vida que passara num relâmpago
do meu terror da morte.
Aí silenciou todos os rumores que fazia com as mãos
e só então se ouviu um pequeno pardal cantando ao longe.
Disse-me: medo porquê? A morte nem sequer é maçadora.
Apenas vem uma vez!"

Tonino Guerra

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Discutir para ganhar

debate de ideias

Numa passagem interessante do romance Pensamentos Secretos [i], Ralph Messenger (formado em filosofia e especialista em ciências cognitivas) recorda algumas conversas que teve com a romancista Helen Reed e pensa que esta, além de ser bonita e ter umas “boas pernas”, tem outras qualidades:

“é uma mulher (…) esperta, de inteligência rápida, boa a argumentar, preparada para defender os seus pontos de vista, gosto disso, há demasiadas pessoas que acham que discutir coisas que interessam, discutir para ganhar, é de certa forma de mau gosto”.

Quando li essas palavras lembrei-me logo de imensas situações a que assisti em que a tentativa de discutir ideias gerou mal-estar (e de que fiz uma breve descrição aqui). Aposto que em Portugal esse mal-estar, tipicamente relativista, é maior e mais frequente que em Inglaterra.


[i]David Lodge, Pensamentos secretos, Edições Asa, Porto, 2002, pág. 91.

domingo, 1 de abril de 2012

Páscoa artística

No que à pintura e à música diz respeito, há muitas razões para um ateu apreciar a Páscoa. Eis duas das melhores.

Cristo na Coluna - Caravaggio Caravaggio: Cristo na Coluna

Bach, Johannes Passion – “Herr, unser Herrscher”.